sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quem é a McKinsey contratada por ACM Neto?


 

Por Pedro Caribé
Aos desavisados, a McKinsey é a consultoria contratada “gratuitamente” por ACM Neto para elaborar um estudo da reforma administrativa da cidade do Salvador. A McKinsey foi a consultoria responsável por elaborar a reforma nas comunicações brasileiras na década de 1990. Encomendada pelo FMI e Banco Mundial, e em consonância com a Rodada do Uruguai e a posterior criação da OMC, a reforma vendeu a Telebrás, e a partir disso surgiram denúncias de corrupção colocadas para debaixo do tapete, num negócio considerado pela nascente pela OMC como o mais promissor do mundo naquele momento. A reforma elaborada pela McKinsey também criou o monstrengo Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e Anatel, a agência mais capturada pelo poder privado no País. Nem precisa dizer a qualidade e os preços dos serviços de telecomunicações no Brasil, né?!
Atualmente a McKinsey tem como uma das prioridades a atuação em economias urbanas emergentes. Na sua página oficial ( http://www.mckinsey.com/ ) é possível ver que Salvador é uma sedes dos escritórios na América Latina da empresa, e que Salvador está entre as 600 cidades listadas como responsáveis por 65% do crescimento do PIB mundial até 2025. Não tem um pingo que mobilidade, participação, meio ambiente ou qualquer coisa nesse sentido no site oficial. O foco é nas oportunidades para empresários e a necessidade dos políticos se adequarem.
 
É este mesmo modelo que desembarca em Salvador a partir do dia 1º de janeiro. O neoliberalismo levado às últimas consequências na privatização do espaço público, bem como em esquemas de corrupção. Tudo isso foi escondido durante a campanha. ACM Neto praticamente não explicitou suas pretensões à cidade. Entre os poucos debates de programa que travou com Pelegrino foi ser contrário a taxas para universalização do saneamento básico. A campanha de Pelegrino também não suscitou programas que pudessem ser rebatidos de forma ferrenha, ao contrário, várias propostas foram incorporadas por Neto.
Qualquer sorte, sempre suspeitei que ACM Neto tinha escondido na manga um projeto para à cidade que pudesse ser tão ou mais nefasto quanto a reforma urbana elaborada pelo seu avô em 1968, que da “noite pro dia” repassou enormes fatias do solo urbano para empreiteiras e particulares, e passou a expulsar o pretinhos que restaram nas áreas “nobres”.

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