quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Esperança de valorização

Rivânia Nascimento

As obras da Via Expressa, que ligara a BR324 ao porto de Salvador, têm deixado moradores e comerciantes do bairro Brotas e adjacências,  esperançosos com a possibilidade de valorização dos imóveis.  Além de melhorar o intenso fluxo de veículos no local, eliminando alguns pontos críticos onde há engarrafamentos em horário de pico, os comerciantes também esperam melhorias no comercio da região.

De acordo com Carlos Médice coordenador de obras da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), 68% dos serviços   já foram concluídos. Ainda segundo o coordenador, quatro viadutos estão prontos e liberados ao tráfego, o que já reflete positivamente no tráfego da região. Quanto as obras da Avenida Heitor Dias que liga a Rotula do Abacaxi, Médice explica que estas já estão bem adiantadas e deve ser concluída em julho de 2012. “Muito mais que mobilidade urbana a Via Expressa vai melhorar o funcionamento da infraestrutura da cidade e conseqüentemente valorizara  os empreendimentos da região”, detalha.

Para o lojista Sandro Barreto, as novas pistas irão aumentar o fluxo de pessoas vindas de diferentes bairros de Salvador incentivando o comercio local. “Estamos torcendo que as obras terminem logo é que tudo saia como prometido”, afirma.
 
As obras da Via Expressa de Salvador vão encurtar a distância entre o porto marítimo e a BR-324 em 3,5 quilômetros. A via contará com 14 viadutos, novas alças de acesso, túneis e vias marginais. Além disso,  alguns canais de escoamento de água serão retificados e relocados, bem como haverá dez serviços de contenções, com diferentes técnicas de engenharia.

De acordo com Jair  dos Santos, de 32 anos, corretor e morador do bairro de Brotas  não há duvidas de que as quatro  pistas irão evitar congestionamento e principalmente valorizar os empreendimentos de Brotas ,mas faz algumas ressalvas. “ Que a obra vai beneficiar a população e valorizar os imóveis isso todos nos sabemos, mas é preciso possibilitar acesso também para os pedestres  com a construção de  passarelas e ciclovias”, diz.

De acordo com informações da Conder, o número de faixas na Avenida Heitor Dias e na Estrada da Rainha será ampliado, e os pedestres ganharão mobilidade com a construção de passeios e ciclovias. A construção de passarelas vai integrar os bairros da região, que tem uma população estimada em 400 mil habitantes. O investimento de R$ 381 milhões, sendo 90% do Governo Federal e o restante do Governo do Estado. A obra ira possibilitar  melhorias indiretas: com a modernização da infraestrutura da região,  um reflexo esperado é a revitalização do bairro do Comércio e entorno.

A Via expressa terá  quatro faixas internas e externas. As duas pistas internas atenderão exclusivamente os veículos de carga, que saem da BR 324 sentido Porto de Salvador. Já as externas atenderão o trafego urbano.

Enquanto as obras não ficam prontas, os motoristas devem tomar algumas medidas para evitar congestionamento nas proximidades da Avenida Heitor Dias e Rotula do Abacaxi. O recomendado segundo a Transalvador, é que os condutores que estão na BR 324 sentido Comercio busquem vias alternativas como a Avenida Luiz Eduardo Magalhães e Bonocô para desviar dos congestionamentos da Rótula do Abacaxi.

ProUni vai oferecer 195 mil bolsas de estudo

O Programa Universidade para Todos (ProUni) vai oferecer mais de 195 mil bolsas de estudo no primeiro semestre de 2012. Serão 98.728 bolsas integrais e 96.302 bolsas parciais, com custeio de 50% da mensalidade. As inscrições poderão ser feitas entre os dias 14 e 19 de janeiro.

Podem concorrer às bolsas do ProUni estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública ou com bolsa integral em escola particular. Para pleitear uma das bolsas de estudo integrais, o candidato deve ter renda familiar per capita mensal de até 1,5 salário mínimo ((R$ 933, a partir de 1º de janeiro). Para as bolsas parciais, o requisito é ter renda familiar per capita de até três salários mínimos, o equivalente a R$ 1.866 (a partir de janeiro, considerando o novo valor do mínimo).

Para participar do ProUni o estudante também precisa ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, ter atingido o mínimo de 400 pontos na média das cinco provas e não ter tirado zero na redação.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), professores da rede pública de ensino básico que concorrem a bolsas em cursos de licenciatura, curso normal superior ou de pedagogia não precisam cumprir o critério de renda, desde que estejam em efetivo exercício e integrem o quadro permanente da escola na qual atuam.

Na inscrição, o candidato poderá escolher até duas opções de curso e de instituição, uma a menos que na seleção anterior, para as vagas do segundo semestre de 2011. De acordo com o MEC, a mudança se deve a “acertos normais do sistema”, que passa por mudanças a cada processo seletivo.

A divulgação dos candidatos pré-selecionados em primeira chamada deve ocorrer no dia 22 de janeiro. Os aprovados terão até o dia 1° de fevereiro para comparecer à instituição de ensino para apresentar a documentação que comprove as informações da inscrição e fazer a matrícula. A segunda chamada está prevista para 7 de fevereiro, com prazo para matrícula e comprovação de informações até o dia 15 do mesmo mês.

Desde 2004, o ProUni já concedeu 919 mil bolsas de estudos, segundo o MEC. O cronograma completo e a lista das vagas disponíveis para o próximo semestre podem ser consultados no site do programa. Informações Agência Brasil

Fonte: BocãoNews

Feriados nacionais agradam os baianos

Daniela Pereira – Repórter

Se você precisava de alguns dias de folga para realizar a tão desejada viagem de visita a parentes e amigos ou, simplesmente, organizar as tarefas de casa e depois curtir uma praia, a hora é agora. Dentre uma infinidade de opções, essas são algumas das alternativas que o baiano pode escolher nos nove feriados nacionais de 2012, divulgados na última segunda-feira no Diário Oficial da União. O novo calendário é um estímulo ao turismo e, diferente do que vinha acontecendo, não promoveu a insatisfação dos lojistas de Salvador. Negócios à parte, o brasileiro aprovou as datas e aguarda com ansiedade os feriados nas sextas-feiras.

Considerado um ano excelente para quem gosta de viajar, a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) afirmou que haverá um incremento de até 35% nas viagens. Em sites de vendas de passagens aéreas, promoções com desconto de até 90% e pagamentos parcelados em seis vezes já são anunciadas para reservas feitas com antecedência. “O feriado longo voltado para o lazer é sempre benéfico para o turismo receptivo como para o exportativo”, afirmou Pedro Galvão, presidente da ABAV na Bahia.

Apesar dos festejos, Galvão ressaltou que apenas os feriados nacionais e prolongados garantem grandes ocupações em agências de turismos e hotéis das cidades. “Quando eles ocorrem nas quintas ou sextas ou nas segundas ou terças somos beneficiados com um aumento de 20 à 25% nas vendas, porém quando são municipais ou nacionais, que caem no meio da semana, isso não acontece”, afirmou, salientando que antes de comemorar as datas, as agências de viagens verificam fatores que podem atrapalhar o turismo. “Apesar dos feriados prolongados em 2012, é necessário observar alguns pontos como as estações do ano, do local que mora ou que pretende visitar, assim como os festejos locais e nacionais”, pontuou.

De acordo com a portaria de número 595, de 22 de dezembro de 2011, publicada no Diário Oficial da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, são considerados feriados nacionais: 1º de janeiro – Dia da Confraternização Universal (domingo); 21 de abril - Tiradentes (sábado); 1º de maio - Dia Mundial do Trabalho (terça-feira); 7 de setembro - Independência do Brasil (sexta-feira); 12 de outubro - Nossa Senhora Aparecida (sexta-feira); 28 de outubro - Dia do Servidor Público (domingo); 2 de novembro - Finados (sexta-feira); 15 de novembro - Proclamação da República (quinta-feira); 25 de dezembro - Natal (terça-feira).

Dentre os pontos facultativos estão: 20 e 21 de fevereiro - Carnaval (segunda e terça-feira), 22 de fevereiro (quarta-feira de Cinzas, sendo ponto facultativo até as 14h), 6 de abril - Paixão de Cristo (sexta-feira), 7 de junho - Corpus Christi (quinta-feira), 24 de dezembro - véspera do Natal (segunda-feira) e 31 de dezembro - véspera de Ano Novo (segunda-feira)

Comércio não ficará prejudicado

Em relação ao comércio local, o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas) garantiu que em apenas quatro feriados as lojas ficarão fechadas, o que não prejudicará as vendas. “Fecharemos o comércio apenas nos dias 1º de janeiro, 1º de maio, 7 de setembro e 25 de dezembro. Nos demais feriados, o trabalhador que estiver em serviço receberá R$ 27 por dia trabalhado, conforme decisão imposta na convenção coletiva entre lojistas e o Sindicato dos Comerciários de Salvador”, afirmou o presidente do Sindilojas, Paulo Motta, ressaltando que a população também vai às compras nos feriados. “Antes, este hábito era apenas para lojas de shoppings, mas, o comércio de rua tem aderido a esta tendência e o consumidor responde com satisfação”, garantiu.

Nas redes sociais, assim como as nuas da cidade, o baiano comemora os feriados prolongados e aguarda as datas com ansiedade. “Vou curtir muita praia, sol e cerveja. Trabalhamos a semana inteira e merecemos alguns feriados prolongados”, afirmou a dona de casa, Márcia Barreto, 27 anos. A operadora de caixa, Veriana Oliveira, 38, disse que os dias de folga serão essenciais para curtir filhos e netos. “Trabalho muito e mal vejo meus filhos. Meu neto de três anos pergunta quando vou assistir desenho com ele. Quero fazer isso mais vezes”, afirmou, sob risos.

Já o bancário Cláudio Figueiredo, garantiu que no próximo carnaval conhecerá o sambódromo do Rio de Janeiro. “Sei que os festejos carnavalescos de Salvador são os melhores do mundo, mas sempre quis conhecer o Rio e estou planejando para este ano”, garantiu animado.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Barracas para Réveillon em Boa Viagem geram polêmica

Sergio Toniello Filho REPÓRTER

Ruas engarrafadas, som alto e muita confusão. Tudo por conta da instalação de barracas para a festa de réveillon. É o que alegam alguns moradores do Largo da Boa Viagem, em Salvador. Segundo eles, no trecho entre a Ponta de Humaitá e a Igreja da Boa Viagem, na pista de mão dupla que margeia a praia, foram montadas enormes barracas que ocupam metade da pista, que já era apertada por ser mão dupla e ainda permitir estacionamento de veículos.

Os moradores reclamam também da quantidade de carros que estacionam na rua da Boa Viagem e colocam som alto.

“O final de semana foi um inferno. Moro há 20 anos no local e nunca tinha visto tanta gente aqui na rua. O trânsito ficou muito complicado. É um absurdo isso, porque ainda falta quase uma semana para o réveillon e as barracas já foram montadas desde semana passada.”, reivindica o aposentado João Antônio.

De acordo com outro morador, o empresário Davi Nunes, “é difícil até para sair de casa. A rua já era estreita, imagina agora com essas barracas. Além disso, tem muita gente mal educada que estaciona os carros onde não pode. Isso só acarreta em mais engarrafamento.”, conta.
 
Segundo os ambulantes, as 48 barracas e seis quermesses foram instaladas desde sexta-feira e com autorização da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp).

“Estamos fazemos apenas nosso trabalho. Está tudo regulamentado pela prefeitura. Essas barracas são nosso ganha-pão. Acredito que o grande problema seja o som alto dos carros, que incomodam bastante os vizinhos. Todos os anos trabalhamos por essa região, esse ano não poderia ser diferente”, explica a vendedora Maria Isabel Silva, dona de uma das barracas.
 
Segundo Paulo Viana, da Coordenaria de Licenciamento e Fiscalização de Atividades (CLF) da Sesp, antes da instalação, é realizado um mapeamento do local, porém nenhum morador se manifestou para que a montagem não fosse feita.

“Sempre quando há festas populares, as pessoas que não estão satisfeitas com as instalações de barracas em seu bairro devem se manifestar na secretaria com antecedência. A partir disso, faremos um remanejamento das barracas. Ano retrasado, por exemplo, uma casa de repouso solicitou que não fossem colocadas barracas próximas ao local, refizemos o mapeamento e o pedido foi atendido.”, informa.
 

Fonte: Tribuna da Bahia

Governo divulga feriados nacionais e pontos facultativos em 2012

Os feriados e pontos facultativos em 2012 estão definidos por meio de portaria do Ministério do Planejamento publicada na edição de segunda-feira (26) do Diário Oficial da União.

No total, estão listados oito feriados nacionais: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de Setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).

Outros sete dias foram definidos como pontos facultativos: 20 e 21 de fevereiro (Carnaval), 22 de fevereiro, até 14h (Quarta-feira de Cinzas), 6 de abril (Paixão de Cristo), 7 de junho (Corpus Christi),  24 de dezembro (véspera de Natal) e 31 de dezembro (véspera de Ano-Novo). Também consta na portaria o Dia do Servidor Público (28 de outubro), ainda não definido como feriado ou ponto facultativo.

Ainda para os moradores da Bahia existem os dias 24 e Junho (São João) e 2 de Julho (Independência do Estado). E para os soteropolitanos os dias 30 de Outubro (Dia do Comerciário) e 8 de dezembro (Conceição da Praia).

Fonte: BocãoNews

Nem se renda dobrar, dívida vira prioridade

O que você faria se sua renda familiar dobrasse? Um estudo feito pela Plano CDE, e obtido com exclusividade pela Folha, mostra que o pagamento das dívidas está entre os últimos objetivos das famílias de classes A, B e C.  

Na lista de desejos oferecida pela consultoria a 1.615 consumidores de todas as classes sociais do Recife (PE) e de São Paulo (SP), considerados centros representativos do Nordeste e do Sudeste, havia opções como comprar ou renovar a casa, poupar ou investir, pagar dívidas e abrir um negócio.  

Na classe C- (com renda familiar entre R$ 1.273 e R$ 2.000 por mês), o pagamento de dívidas aparece como último objetivo, atrás da compra do segundo imóvel (em terceiro lugar, empatado com carro), viagem, escola privada, educação própria (qualificação do entrevistado) e negócio próprio.
 
Na classe C+ (renda familiar mensal entre R$ 2.001 e R$ 3.180), o desejo de quitar dívidas surge em quarto lugar, empatado com viagem.
 
Nas classes A e B (mais de R$ 3.180 por mês), ocupa a sexta posição - ao lado de educação própria. 
Já nas classes D e E (até R$ 1.272 mensais), pagar os débitos salta para o terceiro lugar, logo depois dos desejos de compra ou reforma da casa e de poupança ou investimento.

Ampliar itens consumidos

Ainda de acordo com os pesquisadores, a lista de interesses dos entrevistados traduz as diferenças entre as lógicas de consumo das classes sociais.  Os grupos D e E ainda precisam suprir necessidades básicas. A classe C quer ampliar os itens consumidos e mostrar suas conquistas. As classes A e B estão em busca de realização pessoal.

Crediário tem prioridade

“Essa população tem maior dificuldade em acessar o sistema financeiro e acaba se utilizando mais de opções como crediários”, diz Luciana Aguiar, diretora-executiva da Plano CDE. “Manter as dívidas em ordem é a garantia de manutenção desse crédito.”

A casa própria é o principal desejo dos entrevistados, independentemente da faixa de renda -embora esse item tenha sido mais mencionado (com 48% das repostas) pelas classes D e E.  Nas classes A e B, o segundo imóvel aparece na segunda posição - ocupada pela intenção de poupar ou investir nas demais faixas de renda.

 “O fato de o desejo de poupança aparecer em segundo ou terceiro lugar, conforme a classe social, não significa necessariamente planejamento financeiro, uma vez que o pagamento de dívidas, em geral, está distante entre as prioridades”, diz Aguiar.

 É importante lembrar que os juros cobrados em uma dívida dificilmente vão ser compensados pelos pagos em uma aplicação financeira. Viagem e carro também ocupam lugar de destaque na lista de prioridades das classes A, B e C, à frente de itens como escola privada.  “Entre as pessoas com maior renda, a educação em colégios privados já é realidade na maioria dos casos, o que pode explicar o fato de esse item não aparecer entre os primeiros da lista de desejos desses consumidores.”

  “Para aqueles com poder aquisitivo menor, a renda familiar dobrar não significa que vai ser possível sustentar o custo de uma escola privada”, ressalta Maurício Morgado, coordenador do master de varejo da FGV-SP.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PDDU da Copa deve ficar para 2012

Romulo Faro REPÓRTER

Depois de uma sessão longa e muito tensa, os vereadores aprovaram ontem a Lei Orçamentária Anual (LOA) do Executivo para o exercício 2012. O bloco da oposição acusou o governo de ter quebrado o acordo feito mais cedo na rotineira reunião do colégio de líderes, na qual, segundo a minoria, teria ficado acertado votar a LOA e mais alguns projetos de vereadores.

“Acabou a sessão com a bancada do governo mais uma vez desrespeitando o acordo de líderes. Isso é uma
prática rotineira deles. Depois que aprovaram o orçamento, eles se retiraram do plenário e derrubaram o quórum da sessão”, afirmou a líder da oposição, vereadora Vânia Galvão (PT).


Enquanto isso, continuam pendentes de acordo para votação a Lei de Ordenamento do Uso do Solo do Município (Lous) e o Plano
A oposição votou contra o projeto da LOA original enviado pelo Executivo e se manifestou favorável à emenda proposta pelo vereador Sandoval Guimarães (PMDB), que prevê a inclusão dos agentes de endemias e dos agentes de saúde no orçamento do município em 2012.
 
Os vereadores estão temerosos quanto a dar uma posição concreta sobre a possibilidade de o PDDU da Copa e a Lous ficarem mesmo para o retorno das atividades, em fevereiro de 2012. “Nós (a oposição) entendemos que não devemos votar mais nada antes do projeto de mobilidade urbana. Mas o governo tem maioria e pode fazer o que quiser e bem entender”, disse Vânia Galvão.
 
O líder do governo, vereador Téo Senna (PTC), preferiu não dar posicionamento e disse que a possibilidade de votação neste ano ainda existe. Para o vice-líder do bloco, vereador Dr. Pitangueira (PSD), o projeto de mobilidade deve ser apreciado o quanto antes. “Temos que votar até o dia 30 porque senão o governo do Estado vai perder os recursos para a mobilidade que estão previstos no orçamento do PAC. Não pode haver discussão entre os partidos neste caso, porque quem pode perder é a cidade”, alertou Pitangueira.
 
Ainda sobre o projeto da mobilidade na Avenida Paralela, o presidente da Comissão de Transporte da Câmara, vereador Jorge Jambeiro (PP), disse ontem que não poderia se manifestar porque os vereadores “desconhecem” o teor da matéria e avaliou que neste ano não deve ser apreciado mais nenhum projeto na Câmara. “Não tem ambiente para votar mais nada, não tem nem como tentar acordo entre as bancadas de governo e oposição porque os debates já estão indo para o lado pessoal”, lamentou Jambeiro.

Projeto de mobilidade é dúvida
A Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais da Câmara Municipal de Salvador, presidida pelo vereador Jorge Jambeiro (PP), encaminhou na segunda-feira (19) ofício ao secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia, Cícero Monteiro, no qual faz um alerta sobre a falta de informações a respeito do Projeto de Mobilidade Urbana para Salvador e Região Metropolitana.

Por duas vezes, em 3 de novembro e 5 de dezembro, a comissão enviou ofícios ao secretário sugerindo a realização de audiência pública para apresentar aos vereadores e à população detalhes do projeto concebido pela Seplan/Sedur, resultado da análise do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). “Até o momento, a Câmara não dispõe de elementos para possibilitar a análise do projeto. A Casa está atenta e ativa. Acreditamos que o sistema de transporte público é a solução para a mobilidade da cidade”, afirmou Jambeiro.
 
Os questionamentos dos vereadores a respeito do projeto foram feitos, inicialmente, durante reunião dos vereadores com o governador Jaques Wagner, em 29 de agosto. Naquele momento, a Câmara reivindicava sua participação no processo e sinalizava que o Governo não havia consultado.

Jambeiro explica que, na ocasião, o titular da Sedur garantiu estar com o projeto pronto (englobando os aspectos técnicos, operacional, de gestão institucional, econômico e financeiro) até o final do mês de outubro. Ainda, afirmou que responderia às questões em audiência pública, apresentando o resultado da PMI e o projeto de mobilidade efetivo.

Segundo Jambeiro, as perguntas envolvem o custeio do projeto, a forma de integração do sistema de transporte público, a existência de subsídios e de onde viriam (se do estado ou do município), o valor das tarifas, a construção da Avenida 29 de Março, dentre outros aspectos.

O vereador também questiona a presença do metrô no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Diante do silêncio da Sedur, após os convites para detalhamento do projeto de mobilidade urbana, Jorge Jambeiro revelou que “a impressão que fica é de que ainda não há nenhum projeto de mobilidade para Salvador”. 

Fonte: Tribuna da Bahia

PPA é aprovado e emendas chegam a R$ 102,5 bi

Foi aprovado na tarde de ontem, por unanimidade, no plenário do Senado, o Plano Plurianual (PPA) para o período de 2012 a 2015. O relator do plano, senador Walter Pinheiro (PT), acrescentou ao projeto enviado pelo Executivo recursos da ordem de R$ 102,5 bilhões, atendendo emendas de parlamentares, bancadas, comissões e segmentos sociais.

O PPA aponta para dispêndios superiores a R$ 5,4 trilhões e representa um incremento de 38% em relação ao PPA anterior.

As emendas acrescentadas são focadas prioritariamente na área de infraestrutura, a exemplo de ampliação e implantação de aeroportos, portos, ferrovias, rodovias, sistemas de abastecimento de água, hospitais e universidades.

O parlamentar destacou que o Plano tem como prioridades a área Social, com previsão de dispêndios da ordem de R$ 2,58 trilhões, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano Brasil Sem Miséria, este com cerca de R$ 20 bilhões por ano.

Na área de Infraestrutura, com cerca de 26% dos recursos dos programas temáticos e R$ 1,2 trilhão, destaque para programas de moradias, ferrovias, estradas, aeroportos, acesso à água, petróleo, energia e mobilidade urbana e banda larga.

Em relação às políticas de desenvolvimento produtivo e ambiental, com R$ 663 bilhões, ganham maior atenção programas de agropecuária, abastecimento, comercialização, desenvolvimento produtivo, comércio exterior e de combate a desmatamentos.
 
Dentre as emendas acatadas por Pinheiro, a Bahia será beneficiada com a construção e ampliação de novos aeroportos, ampliação de portos, rodovias, expansão da Universidade Federal do Oeste com novo campus no município de Santa Maria da Vitória e de um novo hospital em Senhor do Bonfim. Também consta entre as emendas a construção de uma linha férrea entre Feira de Santana e o Porto de Aratu, além de um contorno ferroviário em Dias D’Ávila (BA-093).  

Fonte: Tribuna da Bahia

Qual é a Bahia dos prefeituráveis

Bahia, que hoje enfrenta tantos problemas, cuja exposição maior fica por conta do metrô, de 12 anos, com sete quilômetros, mas que teima em ficar quieto no seu cantinho, assim como ferryboat que nem sempre vai ao mar e quando isso acontece, às vezes, deixa os passageiros a ver navios. Tenho chamado a atenção para a necessidade de a Bahia ter um master plan, que contemple a cidade num horizonte de 30 a 50 anos, dado a velocidade de crescimento do sítio urbano, a integração com a Região Metropolitana, aliada a tendência mundial das cidades sustentáveis e digitais.

Noto que aos poucos outras pessoas também têm escrito em outros meios de comunicação a respeito da letargia em que se encontra a Bahia e o desejo de mudança que se faz imperioso. Vejo que começa a ganhar corpo um movimento apartidário em defesa de uma cidade da Bahia, para os mais modernos Salvador, que consiga ter uma orla decente, igualmente um sistema de mobilidade urbana, uma cidade digital, com segurança e limpeza pública, com suas tradições restauradas, ou seja, uma cidade viva, que atraia o turista, o investidor, que gere negócios,
trabalho e renda para a população.


Gostaria que esses primeiros prefeituráveis viessem a público explicitar para a população da Bahia, qual a
Apresentada no ano passado, com toda pompa e circunstância, a revitalização da Península Itapagipana segue os passos do metrô. Quieta, encostada em algum canto, como um astrolábio em cima de caixas de papelão, numa longa soneca, à espera de que um dia alguém se lembre de que ela faz parte da cidade, e aí resolvam novamente envolvê-la  em discursos pomposos, mas inúteis.

Lá está a Península ao aguardo da recomposição do tecido urbano relacionado com o uso do espaço público, como o da praia, das condições da habitabilidade da população local, e o ordenamento de
veículos.

 
A incapacidade de concretizar projetos e até mesmo pensá-los ao longo do tempo chama a atenção aqui na Bahia. O que menos se vê é o comprometimento com a cidade, na modernização de seus espaços, na atração de investimentos, na execução de projetos, enquanto sobram entraves de todo o tipo, o suficiente para ter postergado por anos a implantação do Hotel Hilton, que hoje virou fumaça.
 
No Rio a revitalização da zona portuária está em curso, o chamado Porto Maravilha, uma PPP, Parceria Público Privada, orçada em R$ 8 bilhões e 15 anos de concessão. Pelo cronograma da prefeitura, todas as obras viárias de reurbanização e infraestrutura do Porto - orçadas em R$ 4,2 bilhões - terão que ficar prontas nos próximos cinco anos, a tempo das Olimpíadas de 2016. O Porto receberá parte das instalações olímpicas, como as vilas de mídia e dos árbitros e o centro de mídia não credenciada, entre outros equipamentos. Numa engenharia financeira montada entre a Prefeitura do Rio, a Caixa e a iniciativa privada, o Porto Maravilha deslancha. Precisamos apreender com quem faz, para não correr o risco de nada fazer.

Fonte: Tribuna da Bahia

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Serra e FHC estão na mira da CPI da Privataria, que prevê o depoimento de ambos



Correio do Brail

Ao reunir apoio mais do que suficiente para ingressar, ainda nesta quarta-feira, com o requerimento para abertura da CPI da Privataria na Câmara, o deputado e delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiróz (PCdoB-SP) não descarta a convocação do candidato tucano derrotado à Presidência da República no ano passado, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) para depor perante os deputados. Ambos são citados como cúmplices em uma série de possíveis crimes contra o Erário, durante o processo de privatização, segundo denúncia contida no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

– A Câmara não precisa de autorização do STF nem de ninguém para convocar o ex-presidente FHC a depor. Depende apenas da CPI, que já conta com mais de 250 assinatura, das 171 necessárias regimentalmente – esclarece o parlamentar, em entrevista exclusiva para o Correio do Brasil, na manhã desta segunda-feira.

Protógenes indica, ainda, que a CPI da Privataria, uma vez instalada, passará imediatamente à fase de apuração da veracidade de todos os documentos contidos no livro-reportagem do jornalista Amaury Jr, A Privataria Tucana. O autor revela, entre outras denúncias, que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio participou, ativamente, no envio de mais de R$ 60 bilhões ao exterior, entre os anos de 1998 e 2002. Entre os documentos anexados está um laudo da própria Polícia Federal, com a assinatura dos peritos criminais Renato Barbosa e Eurico Montenegro. Ricardo Sérgio aparece, posteriormente, como principal arrecadador de recursos para as campanhas eleitorais de Serra, tanto ao governo do Estado de São Paulo quanto à Presidência da República, em 2010.

– Iremos, inicialmente, levantar a veracidade de um por um dos documentos citados no livro. O primeiro passo da CPI será a formação de um grupo de trabalho com esta finalidade. Os fatos revelados no livro, para nós, já são suficientes para a abertura de um procedimento dessa natureza e, uma vez confirmados tanto a origem quanto a autenticidade documental, estes fatos serão fortalecidos. Aferidas as provas apresentadas, o passo seguinte será a convocação de todas as pessoas envolvidas, entre elas o ex-presidente FHC e o ex-governador José Serra – afirmou.

“Antes de assumir como o homem do dinheiro de Serra e FHC, Mr Big (como é conhecido Ricardo Sérgio) trabalhou durante 30 anos na área privada. Serviu ao banco Crefisul e ao Citibank e, mais tarde, estabelecendo-se por conta própria, abriu duas empresas. Sempre teve um confortável padrão de vida, mas tornou-se milionário mesmo depois de três anos no timão da área internacional do Banco do Brasil. Foi o único diretor do BB não indicado pelo presidente do banco, Paulo César Ximenes, e também o único com acesso a FHC”, acrescenta o jornalista Amaury Jr., em seu livro. Para o delegado Protógenes, se ele ainda estivesse na ativa “já teria aberto um inquérito”.

– Mas, como estou na Câmara, a medida adequada é a abertura desta CPI. O requerimento será entregue nesta quarta-feira porque muitos deputados, que querem assinar o documento para a abertura das investigações, não o puderam fazer na sexta-feira. Muitos ainda estão me ligando aqui para também assinar o requerimento – disse o parlamentar.

Delegado federal

Licenciado da Polícia Federal e deputado federal pelo PCdoB de São Paulo, Protógenes Queiroz foi o delegado no comando da Operação Satiagraha que desvendou um dos maiores esquemas de desvio de recursos públicos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha do país. Ela resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, citado no livro A Pirataria Tucana como um dos colaboradores do esquema mafioso. Também participou da prisão do especulador Naji Nahas, do contrabandista Law Kin Chong, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (1997-2000) e de outros 14 acusados de corrupção. Protógenes coordenou, em parceria com a Promotoria de São Paulo, as investigações do caso Corinthians/MSI , por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Os envolvidos nas fraudes da arbitragem do futebol Brasileiro, em 2005, também foram investigados por ele e pelos promotores Roberto Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, do Gaeco. O delegado presidiu o inquérito sobre remessas ilegais de dinheiro para paraísos fiscais que descobriu movimentações de quase cinco milhões de dólares das quais o ex-prefeito Celso Pitta seria o principal beneficiário. O ex-prefeito Paulo Maluf foi investigado no mesmo inquérito. Foi de Protógenes o relatório final do inquérito sobre desvios de dinheiro na Prefeitura de São Paulo durante os governos de Maluf (1993-1996) e Pitta (1997-2000).

Na Câmara, o parlamentar é suplente nas comissões de Reforma Política, Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Turismo e Desporto, Reforma Política, Políticas Públicas de Combate às Drogas e na Subcomissão Permanente para tratar do sistema de segurança pública, seus órgãos institucionais, carreiras e programas de valorização dos policiais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PT lança Pelegrino. Wagner prega unidade



Romulo Faro REPÓRTER

Com o auditório do Hotel Fiesta lotado e com a presença de grandes expoentes do Partido dos Trabalhadores (PT), tais como o líder do governo no Congresso, deputado Cândido Vaccarezza; e o presidente nacional da sigla, deputado Rui Falcão; Nelson Pelegrino teve sua pré-candidatura a prefeito de Salvador em 2012 oficializada ontem. 

Grande estrela do evento, o governador Jaques Wagner (PT) afirmou que Pelegrino está preparado e afirmou que o PT vai mesmo trabalhar para que o deputado seja o cabeça de uma possível chapa única entre os aliados. Wagner disse que pretende subir no palanque da “unidade” no primeiro turno do pleito.

O governador aproveitou para fazer um link com 2014. “Agora, vamos iniciar outra etapa. Precisamos estar fortes para eleger meu sucessor em 2014 e garantir a reeleição da presidenta Dilma. Queremos liderar o processo, como esperamos fazê-lo em Salvador, mas devemos ter humildade para apoiar outro aliado que estiver mais forte. É preciso ter humildade para entender que o projeto político é o mais importante”, disse Wagner. 

A candidatura de Nelson Pelegrino à Prefeitura de Salvador é apontada como uma prioridade nacional do PT. Quem garante é o próprio líder do partido. Com o já conhecido discurso petista em prol da unidade em torno do “projeto”, Cândido Vaccarezza afirmou que a proposta é reunir todos os partidos que fazem parte da base de sustentação do governo Dilma Rousseff, não apenas em Salvador, mas em todos os estados “onde for possível”. 

O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, também atestou a capacidade de Pelegrino para governar a capital baiana. “Ele tem experiência política em administração, está com vontade de governar e conhece Salvador”. 

O protagonista da festa procurou tomar cuidado para não menosprezar os aliados. “Certamente estão aqui no salão os comandos dos próximos mandatários desta cidade”. O petista também avaliou a atual situação de Salvador e utilizou de um entendimento do ex-presidente Lula para garantir que tem condição de comandar o Executivo municipal. “Na verdade, precisamos refundar nossa cidade. Existem três coisas que aprendi com o  presidente Lula e vou tentar executar se for eleito. Primeiro, tem que ter projeto. Não dá para improvisar na administração pública. 

Segundo, só governa bem quem tem equipe. E nós vamos recrutar o que há de melhor nos nossos quadros e entre nossos aliados. Terceiro, é preciso ter um maestro, um líder. Assim, me coloco aqui com a promessa de me impor enquanto autoridade para que os interesses do município estejam sempre acima dos interesses das empresas ou de quem quer que seja”.

PP e PDT são excluídos da festa


O evento lotou o auditório do hotel Fiesta com presença maciça de lideranças de diversos partidos da base de apoio ao governo estadual do PT. Compareceram até partidos que se postam como oposição e independentes, a exemplo do PTN, do PRP, do PPS, do PR e do PV. Dos que compactuam com o governador Jaques Wagner, estavam PSB, da senadora Lídice da Mata; o PCdoB, da também pré-candidata Alice Portugal. Por lá passaram ainda PRB, PSDC, PTB, PTdoB, PTC, PSL, PSD, PSC, e PRTB. No total, 16 legendas.

Mas chamou a atenção a falta de dois grupos de peso: o PP e o PDT. Toda a cúpula do Partido Progressista esteve ausente: o ministro das Cidades e presidente estadual da legenda, Mário Negromonte; o vice-líder e chefe da Casa Civil da Prefeitura, João Leão; e a promessa de ser uma das peças-chave da eleição do ano que vem, o prefeito de Salvador e presidente municipal do PP, João Henrique. O site Política Livre observou ainda que nenhum secretário municipal compareceu ao evento do PT. 

Por parte do PDT, o motivo foi conhecido pela Tribuna. O presidente estadual do partido, Alexandre Brust, disse em contato com a Tribuna que não foi convidado pelo PT nem pelo próprio Nelson Pelegrino. “Meu pai me disse quando eu era jovem que a gente não vai para festa quando não é convidado”, afirmou Brust. O nome dos pedetistas para disputar o Thomé de Souza em 2012 é o do deputado federal Marcos Medrado. 

Questionado sobre a possibilidade de o fato impor dificuldade num possível entendimento para chapa única, o presidente do PDT parafraseou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo. “Como bem disse Marcelo, o PT tem prioridade, mas não tem exclusividade”. 

Fonte: Tribuna da Bahia

A festa de Pelegrino

O deputado federal Nelson Pelegrino, do PT, obteve ontem a palavra oficial e final do PT (o que vier de agora em diante será mera formalidade por exigência da lei eleitoral) para ser o que, há algum tempo, já estava certo que seria – candidato de consenso de seu partido, o mais importante do país e da Bahia – a prefeito de Salvador, onde o PT até agora não conseguiu ser o partido mais importante, apesar do ingente esforço que o tem aproximado dessa condição.

Quando se afirma que Pelegrino é candidato de consenso em seu partido, isto não significa que todos os petistas ou nem mesmo todos os petistas com direito a participar da decisão gostariam de vê-lo candidato. Significa que as resistências existentes até há algum tempo caíram pela impossibilidade de se imporem e que não restou sequer alguma esquálida corrente disposta a apresentar uma candidatura alternativa e arrastar o PT ao que seria um (pelo menos desta vez) desagradável processo de eleições prévias internas.

Essa confirmação pacífica e – sem prejuízo do clima entre festivo e barulhento de um amplo encontro partidário – solene, sem qualquer nota petista dissonante, Pelegrino deve, em primeiro lugar, ao seu já imemorial esforço na caminhada que ele espera acabe por levá-lo ao cargo de prefeito da capital (em ocasiões anteriores, as tentativas que lhe permitiram ser candidato não lhe deram o prêmio da eleição), mas deve também, em ampla medida, ao governador Jaques Wagner, que assumiu no momento exato a postura de discreto articulador e ostensivo apoiador da candidatura de Pelegrino.

Ficou evidente que depois das eleições de prefeito de 2008, quando o PT, mediante prévias e com o engajamento não declarado do governador, preteriu Pelegrino em favor da candidatura do então deputado e hoje senador Walter Pinheiro, seria uma tortura para Pelegrino ser posto para escanteio outra vez. Também não queria o governador divisões em seu partido e nem uma decisão, novamente, mediante eleições prévias, que na maioria das vezes deixam sequelas internas capazes de prejudicar a campanha eleitoral. E, afinal, apesar de alguns remelexos nos bastidores, não foi proclamado um desafiante de Pelegrino.

Então, tudo está consumado. Mas só no PT, que considera Salvador sua prioridade 2 nas próximas eleições municipais no país. A prioridade 1, todo mundo sabe e o partido tem proclamado, é São Paulo, maior cidade brasileira e terceiro orçamento do país. Como no Rio de Janeiro, segunda maior cidade brasileira, não existe a menor chance de o PT chegar à prefeitura, Salvador – terceira cidade mais populosa do país, a maior em Estado governado pelo PT e também a maior do Norte/Nordeste – ocupa o honroso segundo lugar nos planos estratégicos municipais do PT. 

Bem, sem falar que terá de enfrentar, isolados ou coligados, os partidos da oposição baiana, Pelegrino tem que tentar buscar os ajustes com a base partidária do governo Wagner. Não será fácil. O PC do B tem candidata em campanha e um fórum de debate sucessório com o PSB, o PTB e o PDT. Há mais. O noticiário sobre o encontro de ontem do PT já falava (site Política Livre) em “irritação” dos petistas ante a ausência de representantes de dois importantes partidos da base governista estadual.

O PP não apareceu nem por intermédio do ministro das Cidades, Mário Negromonte (pode ser que ele esteja desconfiado de que não terá como ajudar a administração de Pelegrino, se este for eleito prefeito, porque poderá já não estar ministro). O PSD, o maior partido da base depois do PT, marcou presença apenas com o deputado estadual Alan Sanches e os vereadores Pitangueiras, Edson da União e Davi Rios. O vice-governador Otto Alencar estava gripado e supõe-se que o danado do vírus (transmissível pelo ar) alcançou os deputados José Carlos Araújo, Edson Pimenta, Gildásio Penedo e Ângelo Coronel, coitados.

Fonte: Tribuna da Bahia

A transposição em declínio

Manoel Bomfim Ribeiro

Está se configurando a paralisação das obras da transposição de águas do rio São Francisco para o semiárido brasileiro, fato previsto como soe acontecer com um grande número de obras nesta esquecida região do Brasil. 

Temos atualmente cerca de 40 obras abandonadas no Nordeste, esta será apenas mais uma. Dentre estas citamos algumas: O Projeto Salitre em Juazeiro-BA para irrigar 29.000 hectares, o Canal da Batateira, abandonado pelo tempo, uma vergonha, em Sobradinho-BA, o Platô de Guadalupe para irrigar 14.000 ha no Piauí, o Tabuleiro de Russas para irrigar 11.000 ha no Ceará, a Adutora do Sertão em Alagoas, a Adutora do Oeste em Pernambuco, o Canal da Redenção para irrigar 5.000 ha em Souza na Paraíba e por aí vai. 

Vemos grandes blocos ciclópicos e quilômetros  de canais em concreto abandonados pelos caminhos nas grandes solidões geográficas do Semi-Árido. Tubulões de grandes diâmetros já cobertos pela vegetação e jogados pelas estradas, comportas de grandes barragens arrebentadas como no açude de Ibimirim-PE, que acumula 504 milhões de metros cúbicos de água, extravasando e perdendo a toa, o seu precioso líquido. 

Este açude é maior que o Lago Paranoá de Brasília. Falta de recursos, mudanças de governo, contendas políticas e outras evasivas são fatores que paralisaram este grande rosário de obras.

Se estas 40 obras fossem concluídas irrigariam mais 400.000 hectares de terras ofertando cerca de três milhões de novos empregos e 10 milhões de toneladas de produtos agrícolas por ano, uma grande riqueza para a nossa região.

Estas obras abandonadas atestam a solidez da indústria das secas e a Transposição é a rainha desta indústria. Esta obra vai ser paralisada com mais facilidade que as outras. Ela não resiste a uma travessia administrativa porque é obra desprovida de significado nada, representando para a comunidade nordestina.

Só um grupo político luta por ela. Se um dia fosse concluída, iria levar apenas uma pouca d’água, 2 bilhões/m³ na sua vazão máxima para onde já existem 40 bilhões acumulados, portanto, 5% do já estocado.

Este pequenino volume a ser transportado vai consumir nas suas mega-bombas cerca de 600 MW de energia, quase metade do consumo baiano, nada acrescentando ao grande potencial hídrico do Semi-Árido brasileiro. É levar pedra pro morro.

A paralisação desta obra deverá ser festejada, pois representa um grande lucro, evitando-se mais despesas para o País. 

Necessitamos, sim, de obras complementares nos nossos açudes para distribuir e atomizar suas águas atendendo as populações difusas da região.

Na praça dos Três Poderes, em Brasília, acontece o protesto de todas as classes, dos índios aos sem terra, das professoras aos sem teto, mas nunca se viu o protesto dos sem água, logo água que é vital na sua essencialidade. 

Os olhos de alguns políticos e empreiteiros se voltam agora para a Copa de 14. Estão sendo construídos estádios, aeroportos, rodovias e hotéis numa grande hierarquização de obras. 

Os prazos são rígidos e improrrogáveis, os orçamentos não falham e são generosos, há uma torcida organizada de todo o povo brasileiro e os olhos atentos e curiosos do mundo inteiro. É um complexo de obras que jamais sofrerá solução de continuidade. Haverá jogos em Recife, Natal e Fortaleza, faixa do Semi-Árido.

A Copa está pondo uma pá de cal na Transposição tal é a sua fragilidade como meta de Estado. O projeto, em breve, será abandonado e os escombros de concreto ficarão expostos e eternizados à flor da terra atestando o naufrágio do maior complexo industrial das secas em todos os tempos. As gerações futuras hão de ficar horrorizadas  com a galinha gorda que a nossa geração fazia com o dinheiro do povo.

O Senhor Ministro da Integração Nacional, em reunião promovida pela Carta Capital em 06 de dezembro último, em Salvador, anunciou a pretensão do Governo em construir o Canal Sul para o lado baiano.   

Vamos aguardar sentados e com paciência epistolar enquanto houver vida. 

Fonte: Tribuna da Bahia

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

INSS abre concurso com 1.875 vagas

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) oferece 1.875 vagas em seleção para perito médico previdenciário e técnico do seguro social. Serão 375 vagas para o cargo de Perito Médico Previdenciário e 1,5 mil para "Técnico do Seguro Social".

No caso dos médicos, o salário básico é de R$ 4.536,53. Com gratificações e auxílio alimentação, deve totalizar R$ 9.070,93. Para os técnicos, o edital prevê vencimento básico de R$ 532,65, que pode alcançar R$ 4.496,89 com gratificações e auxílio alimentação.


As inscrições serão pelo site da Fundação Carlos Chagas (www.concursosfcc.com.br) a partir das 10h de segunda (19) até 14h de 11 de janeiro de 2012.

De acordo com o edital, "para o cargo de Perito Médico Previdenciário a seleção será realizada por meio de Provas Objetivas e de Títulos; para o cargo de Técnico do Seguro Social a seleção será realizada por meio de Provas Objetivas."

Do G1

Parlamentares acionam Via Bahia por aumento de tarifa

Os três senadores e 12 deputados da bancada federal da Bahia, além de 30 deputados estaduais, entraram ontem com uma ação popular na Justiça solicitando a imediata suspensão do reajuste dos valores dos pedágios nos trechos das BRs 324 e 116, administrados pela Via Bahia. A iniciativa foi articulada pelo senador Walter Pinheiro (PT), que também pretende questionar a continuidade do contrato de concessão, responsabilizando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A ação foi entregue na 1ª Vara da Subseção Judicial de Feira de Santana, pelo escritório de advocacia Câmara Ribeiro e Bolívar, representando os parlamentares. 

“Há uma reclamação, hoje, enorme, por parte da população, em relação aos serviços prestados pela concessionária, no que diz respeito a reparos, ajustes e até às condições para pedestres, ou de cidades e distritos que estão à beira da BR-324”, destacou Pinheiro. 

Ele citou que o aumento das tarifas surpreendeu a todos, mesmo constando no contrato da concessão, uma vez que diversas medidas emergenciais exigidas pelo Ministério Público (MP) para a concessionária sequer foram atendidas. Os parlamentares solicitaram, inclusive, que a peça seja apensada aos autos da ação civil pública que já corre nesta vara. 

A concessão entregue à Via Bahia, através de licitação, abrange trechos rodoviários da BRs 116 e 324. Pelo contrato, a empresa deve explorar o sistema por 25 anos, com investimentos previstos em obras e serviços para o período de R$ 1,9 bilhão.

Ontem também os deputados Nelson Pelegrino e Sérgio Carneiro, por sua vez, deram entrada no Congresso Nacional em um projeto de decreto legislativo sustando os efeitos da ANTT sobre o reajuste da Via Bahia. Os parlamentares justificaram o projeto no fato de que o aumento de tarifas autorizado pela ANTT “favorece exclusivamente a Via Bahia, prejudica e desrespeita os usuários das rodovias, que pagam por um serviço de péssima qualidade”. 

Ressaltam o estado de deterioração das pistas pela falta de cuidados e má sinalização, aumentando os gastos com o desgaste do veículos e provocando acidentes, até mesmo com vítimas fatais. A decisão dos parlamentares é decorrente do anunciado aumento de tarifas de pedágio, o que causou imediata reação dos usuários e da classe política, que denunciou o fato ao Ministério Público.

Fonte Tribuna da Bahia

Bahia terá investimento de R$ 70 bi até 2016

O balanço da economia baiana em 2011 é extremamente positivo”. Isso é o que diz o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, respaldado na quantidade e na qualidade dos investimentos anunciados ou realizados este ano. “Foi um ano de colheita do que o governador Jaques Wagner já havia plantado. 

São investimentos significativos, de longa maturação, que exigiram, ao mesmo tempo, doses de paciência e de ousadia. Basta lembrar que o governador foi pessoalmente à França negociar a vinda da Alstom, assim como foi à Alemanha conversar com a Basf. Até 2016, teremos na Bahia investimentos privados previstos de R$ 70 bilhões”.

Segundo Correia, o anúncio da montadora chinesa JAC Motors, que vai investir R$ 900 milhões em uma fábrica em Camaçari, o início da produção nas fábricas de equipamentos eólicos da espanhola Gamesa e da francesa Alstom, o anúncio da implantação do Complexo Acrílico no Pólo Industrial de Camaçari, com a pedra fundamental da Basf, representando um investimento inicial de R$ 1,2 bilhão para a produção de ácido acrílico, os investimentos significativos anunciados pela GE, O Boticário, Kimberly-Clark e Cebrace, e o lançamento, em parceria com a Fieb e a Petrobras, do estudo Política Industrial da Bahia são alguns dos fatos marcantes do setor este ano.

Desde a instalação do Complexo Automotivo Ford na Bahia, o setor de pneus já atraiu mais de US$ 900 bilhões em investimentos para o estado. A Pneus Continental e a Bridgestone/Firestone, com unidades em Camaçari, e a Pirelli, localizada em Feira de Santana, anunciaram este ano um investimento de R$ 464 milhões na ampliação de suas fábricas baianas.  

Até 2014, devem ser investidos também R$ 11,7 bilhões em mineração. Já foram assinados entre o Estado e empresas privadas protocolos de intenção para a implantação de diversos projetos de mineração, que devem gerar 6,4 mil empregos diretos. 

A produção mineral baiana comercializada em 2010 foi de R$ 1,7 bilhão, num incremento de 46% sobre a produção de 2009. A projeção é de que a produção deste ano supere os R$ 2 bilhões.

PETRÓLEO - A Bahia será o terceiro estado brasileiro a ter o Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito. A obra é um dos projetos integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve gerar 850 empregos diretos e 2,4 mil indiretos, além de reflexos positivos para o recôncavo. A previsão é que os trabalhos comecem em março do ano que vem e a conclusão seja em setembro de 2013, com um investimento de R$ 1,3 bilhão. 

Fruto da projeção do mercado petrolífero para o Brasil, com um investimento de US$ 111,4 bilhões, previsto pela Petrobras para o pré-sal até o ano de 2020, a Bomcobras anunciou um investimento de R$ 130 milhões na construção de uma fábrica de máquinas e equipamentos destinados à prospecção e extração de petróleo e gás em Simões Filho. A previsão é que a fábrica entre em operação no final do segundo semestre de 2012, gerando 200 empregos diretos.

Fonte Tribuna da Bahia

Estação em obras

O prefeito de Salvador, João Henrique, assinou ontem uma ordem de serviço para a realização de uma ampla restauração na Estação da Lapa. “A Estação da Lapa é um importante equipamento na questão da mobilidade urbana.  Já na segunda-feira (18), a equipe de obras começará a operação de montagem do canteiro de obras. No decorrer da obras, os trabalhadores atuarão em diversas frentes”, afirmou João Henrique. 

A obra terá uma duração de seis meses e um orçamento de R$ 5 milhões, sendo realizada pela Prefeitura, através da Sucop, e com execução orçamentária integral da  Prefeitura de Salvador. 

Constam da obra um projeto com novos boxes de serviços padronizados, onde serão retirados os atuais boxes e os permissionários serão instalados em equipamentos novos; a manutenção dos cabos Stain (cabo de sustentação da estação e do acesso ao viaduto de acesso à estação); troca do piso de toda a estação; instalação de um poço de ventilação para o subsolo; impermeabilização e pintura da área total de cobertura da estação; reforma total e instalação de quatro novos sanitários.

Fonte Tribuna da Bahia

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro


Carta Capital - Entrevista
Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.
Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.
O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou  no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.
A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.
Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?
Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.
CC: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?
ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.
CC: Ficou surpreso com o resultado da investigação?
ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).
CC: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?
ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.
CC: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?
ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.
CC: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?
ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.
CC: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?
ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.
CC: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?
ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.
CC: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas.
ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.