Chefes de Estado e representantes de países da América Latina, Caribe e África participaram anteontem, no Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador, do encerramento do Encontro Ibero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Afro XXI). O documento final do evento, denominado Declaração de Salvador, foi assinado pelos cinco chefes de Estado presentes e pelos delegados de outros 11 países presentes à reunião. Dentre os destaques, estão a criação de um fundo internacional para ações de reparação aos afrodescendentes e combate ao racismo, além de instituir Salvador como a Capital Afrodescendente da Ibero-América.
A presidente Dilma Rousseff abriu os trabalhos agradecendo a presença de todos. Em seguida, o governador Jaques Wagner destacou a identidade afrodescendente do povo baiano na cultura. Depois foi a vez do secretário Enrique Iglesias, titular da Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib), organismo internacional que propôs o evento. “Nós estamos endividados com as comunidades negras da América Latina. Esse evento não termina hoje e precisamos continuar, não só nos governos, mas principalmente nos movimentos sociais”, afirmou.
Epsy Campbell, militante do movimento de mulheres negras da Costa Rica e escolhida a representante do fórum de entidades na reunião dos chefes de Estado, foi a próxima a falar. Ela defendeu a criação de um fundo para custear ações de combate ao racismo e de reparação para os afrodescendentes. A proposta foi adotada na declaração final do evento. “Esse fundo deve garantir uma resposta às necessidades, não para substituir a responsabilidade dos governos, mas para complementá-la e reforçá-la”.
O prefeito João Henrique também comemorou a eleição de Salvador como Capital Ibero-Americana dos Afrodescendentes. “Não poderia ser diferente. Salvador é a cidade mais negra do mundo fora da África e, com este título, percebemos a importância da nossa cidade para a afirmação da identidade negra no país e na América Latina e, principalmente, a importância das nossas políticas municipais para o combate ao racismo, à promoção da igualdade racial e do desenvolvimento econômico, social e intelectual da população afrodescendente”, observa João Henrique.
Estiveram presentes ao encerramento do evento os presidentes de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, do Uruguai, José Mujica, e da República da Guiné, Alpha Condé, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Golsalves, e o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón.
Fonte: Tribuna da Bahia
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