Raul Monteiro
Apesar de ter anunciado na semana passada que votaria contra as contas do prefeito João Henrique (PP) relativas aos exercícios financeiros de 2009 e 2010, a bancada municipal do PT ainda não decidiu efetivamente como irá se posicionar na Câmara. A hesitação reflete, no fundo, um sonho dos petistas, que ainda acreditam na hipótese de sensibilizar o prefeito para a idéia de apoiar a candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino à Prefeitura em troca de um posicionamento favorável a suas contas na Câmara.
O primeiro sinal de que os petistas não fecharam questão contra a aprovação das contas do prefeito foi o posicionamento adotado na semana passada pelo vereador Gilmar Santiago, até então um dos mais ferrenhos críticos da administração. Santiago admitiu com todas as letras que poderia rever a avaliação de que as contas de João Henrique deveriam ser reprovadas, como chegou a defender o líder do partido na Câmara, Henrique Carballal.
Mesmo que não consigam uma palavra sequer de simpatia do prefeito na direção de Pelegrino, os petistas acham que a reprovação das contas com os votos do partido poderia criar um clima de radicalismo com João Henrique que acabaria precipitando sua ida para a campanha de ACM Neto, pré-candidato do DEM a prefeito. “Não temos dúvida de que se as contas de JH forem rejeitadas, ele rompe de vez com o PT”, avalia um petista interessado em colocar panos quentes na relação do partido com o prefeito.
Segundo ele, como retaliação à reprovação das contas, o prefeito poderia automaticamente se aliar ao democrata, mesmo que seja mantida a candidatura do seu chefe da Casa Civil à Prefeitura, João Leão (PP), pensada com o objetivo de funcionar na campanha defendendo o legado de João Henrique na Prefeitura. Para o mesmo petista, “no fundo, no fundo”, o PT só aguarda o aval do governador Jaques Wagner para decidir o que fazer. “Se o governador mandar, a gente vota a favor (de João Henrique)”, completa.
Este final de semana, segundo um vereador governista revelou com exclusividade ao Política Livre, o PMDB também teria enviado um emissário ao prefeito a fim de negociar a aprovação de suas contas em troca da retirada da candidatura de Leão. Os peemedebistas avaliariam que a medida beneficiaria as candidaturas oposicionistas, espectro em que se inscrevem os nomes de ACM Neto, do peemedebista Mário Kertész e do tucano Antonio Imbassahy. O presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, negou a operação.
POLITICA LIVRE
Nenhum comentário:
Postar um comentário