terça-feira, 20 de março de 2012

Entrevista com Alberto Dines, show de bola

Alberto Dines

Ontem à noite, segunda feira (19/3), o jornalista Alberto Dines foi o convidado no Programa Roda Viva, na TV Brasil.  Aos 80 anos de idade que em 2012 comemora 60 anos de profissão. 
No centro do Roda Viva, Dines falou sobre a imprensa nos dias de hoje e das mudanças provocadas pelo surgimento de novas tecnologias.

Ex-editor chefe do Jornal do Brasil, o jornalista escreveu mais de 15 livros. Entre eles, O Papel do Jornal, uma das mais lembradas obras acadêmicas da área. Atualmente, Dines é o responsável pelo site Observatório da Imprensa, que discute o trabalho dos jornalistas.

O programa Roda Viva foi apresentado por Mario Sergio Conti, e contou com a participação dos jornalistas: Tereza Cruvinel (jornalista, ex-presidente da TV Brasil e ex-colunista de política); Manuel Alceu Affonso Ferreira (advogado); Laura Capriglione (repórter especial do jornal Folha de S.Paulo); Maria Cristina Fernandes (editora de política do jornal Valor Econômico) e Eugênio Bucci (professor da Universidade de São Paulo). O Roda Viva também teve a participação do cartunista Paulo Caruso.

Eu, que no dia anterior no Blog: . jorgepiloto.blogspot.com.br, havia falado sobre a imparcialidade da empresa, fiquei extasiado com a entrevista de ALBERTO DINES e sua entrevista veio a ratificar a minha opinião.
Um programa  de muita qualidade, cuja entrevista foi um passeio pela história do jornalísmo brasileiro e sobre a imprensa mundial, quando abordou de forma impressionante a sua visão sobre diversos temas: Liberdade de imprensa, regulação, censura, surgimento das novas tecnologias e jornalismo eletrônico, futuro do jornal impresso, dentre outros.

Dines, que tem formação política socialista, destacou que a imprensa de hoje está pior do que a imprensa de ontem, estão todos numa zona de conforto, falando sobre um mesmo diapasão, e sem retórica, falou que no passado havia um jornalísmo que hoje não encontra mais, e com raras exceções elogiou alguns periódicos de boa qualidade e inovadores, a exemplo: da Revista Carta Capital, Jornal Piauí e o Valor Econômico, assim como criticou a Veja e ISTO É.

Revelou também, que já foi demitido inúmeras vezes, inclusive pela Folha de São Paulo, e citou um episódio, quando demitido pela Folha, por telefone, pelo seu Editor Chefe Boris Casoy. Falou sobre a Direita que jogou a Grécia no buraco e agora quer voltar com um discurso de esquerda, da necessidade de se debater a Regulação da Comunicação, a seu ver saudável e necessária, como existe há anos, nos EEUU e Inglaterra, que deve haver uma debate com grandeza, sem travas ideológicas, pois, para ele, existe algo além dos Partidos, que a autoregulação é válida mas não pode ser única via. E que a imprensa, sob o discurso de acabar com "o último entulho autoritário, que era a lei de imprensa", acabou também com o que tinha de bom e bem regulado, que era o direito de resposta, e confessou que na sua opinião, o leitor, o cidadão, que tem sua horna ofendida ou sua imagem, merece o direito de resposta.

Perguntado sobre os Governos: Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma. Relatou que demitiu Sarney, quando era correspondente do Jornal em que dirigia, assim que assumiu e encerrou sobre o mesmo, falou sobre Collor (sem comentários, o de pior) e elogiou FHC, Lula e Dilma.

E até comparou a política com o Fla X Flu, e parafraseou um comentario jornalistico: "O Flamengo é a dissidência do Fluminense".

Enfim, Alberto Dines, com seus 80 anos de idade e 60 de jornalísmo, é a prova viva de que há jovens fazendo jornalismo ultrapassado e velho fazendo jornalismo novo. 

Jorge Piloto

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