Pela primeira vez, a Bahia registra casos do tipo mais grave de tuberculose. A doença foi nomeada tuberculose extensivamente resistente, a TB-XDR (sigla inglesa), e começou no Sul da África em 2005. Foram confirmados seis casos no Estado e há mais oito suspeitos. Um dos pacientes morreu antes do resultado dos exames.
Especialistas explicam que a doença é o resultado de sucessivos abandonos do tratamento que dão ao bacilo Mycobacterium tuberculosis resistência a todos os medicamentos utilizados no controle da doença.
Cinco dos seis pacientes diagnosticados com o tipo TB-XDR são soteropolitanos e um deles do norte do Estado. Suas identidades são mantidas sob sigilo. Sabe-se que três deles são de classe média baixa e dois não estavam doentes quando contraíram o bacilo de um colega de trabalho.
Os sintomas da TB-XDR são os mesmos de uma tuberculose comum: tosse persistente durante três semanas, febre e perda de peso. A forma de transmissão também se repete. O bacilo pode ser transmitido pela respiração, tosse e espirro, conforme explica a presidenta da Sociedade de Pneumologia da Bahia (SPB), Tatiana Galvão.
“A diferença é que a pessoa que tem o tipo TB-XDR tem se mostrado resistente a todos os medicamentos utilizados para o tratamento. Existem casos de uso de cirurgias, mas não podemos garantir a cura ainda”, diz.
Os seis pacientes diagnosticados estão se tratando em casa, o que leva a uma discussão sobre o controle dessa doença. Como garantir que estão tomando todos os remédios? Qual o risco de a família, amigos e vizinhos contraírem a tuberculose?
Cura - Na opinião da diretora-geral do Hospital Especializado Octávio Mangabeira (Heom), Maria Inez Farias, os pacientes deveriam estar hospitalizados. “Em qualquer outro país essas pessoas seriam internadas. Aqui, elas são apenas orientadas a não saírem de casa sem máscara”, informa. Os nove leitos dedicados aos pacientes do TB-XDR estão desocupados.
A médica Eliana Dias Matos é responsável pelo tratamento dos pacientes TB-XDR na Bahia. “É uma doença gravíssima, sem certeza de cura ainda. Mas não é um surto, ninguém precisa entrar em pânico”, adverte.
A pneumologista conta que um dos pacientes faleceu antes do resultado chegar do Centro de Referência Hélio Fraga, no Rio de Janeiro, no início do ano. “A cepa dele ficou guardada e somente muito depois é que o resultado chegou”. Sobre a cura, a médica informa que em países desenvolvidos e com os melhores fármacos a possibilidade está em torno de 40%..
Com informações do A Tarde.
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