terça-feira, 6 de setembro de 2011

Governo quer usar lan houses para ampliar acesso à web

As lan houses brasileiras poderão receber benefícios do governo para ajudar na tarefa da universalização do acesso à internet para a população de menor renda. Para isso, o Ministério das Comunicações estuda maneiras de fomentar esses empreendimentos, além do incentivo a parcerias com governos estaduais e municipais.

"Além da construção e ampliação de telecentros, também podemos avançar na qualificação das lan houses como espaço público", afirmou hoje o secretário
executivo do ministério, Cezar Alvarez. Entre as medidas que podem ser estudadas, acrescentou, estariam preços diferenciados de acesso à rede da Telebrás e o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a estes empreendimentos.

O secretário também destacou a importância desse serviço para a que a população de baixa renda possa ter
acesso a programas governamentais de capacitação e apoio a micronegócios, como o Pronatec e o Brasil Maior. "As lan houses têm de ser vistas como uma visão estratégia de serviço público", disse.

Alvarez lembrou, porém, que algumas cidades proíbem a abertura de lan houses nas proximidades das escolas, considerando o estabelecimento como uma mera casa de jogos. O melhor caminho, apontou o secretário, seria a busca de acordos com as administrações municipais para que os alunos possam utilizar o espaço de maneira complementar. "Queremos discutir alternativas para que esses empreendedores tenham renda, capacidade de manutenção e qualidade nos
serviços."

A necessidade de ampliação do acesso à internet rápida para camadas mais pobres da população foi um dos temas abordados por um documento de 74 páginas publicado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo um dos artigos, além das desonerações para computadores, tablets e redes de fibras óticas, o governo precisaria reduzir também a carga de impostos sobre celulares e televisores para conseguir de fato universalizar o acesso à banda larga no País.

Em relação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o texto também orienta a construção de mais telecentros públicos para o acesso da população de baixa renda à rede, considerando que essas pessoas podem não ter condições de pagar R$ 35 por mês pela assinatura básica de 1 megabit por segundo (Mbps). Nesse sentido, o estudo ainda sugere a oferta de planos pré-pagos e de preços fracionados - semanais, por exemplo - para atender a essa demanda.

Celular popular

Em outro movimento na tentativa de inclusão social nas telecomunicações, o governo tem discutido e até mesmo feito simulações junto a operadoras móveis de telefonia para a criação do telefone móvel popular. Segundo Alvarez, a intenção é alcançar as camadas mais carentes da população, por meio do Cadastro Único para Programas Sociais, mais abrangente do que o próprio Bolsa Família. "Uma operadora já disse ter interesse", afirmou, sem identificar a companhia.

As informações são da Agência Estado.

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