Diante da dificuldade de união das oposições no primeiro
turno, Kertész já admite repensar sua disposição em disputar a prefeitura
Rafael Rodrigues - Correio da Bahia
O lançamento da pré-candidatura do deputado federal ACM Neto (DEM) à prefeitura
de Salvador, realizado anteontem, praticamente põe fim à possibilidade de haver
poucas candidaturas na disputa pela prefeitura de Salvador. Tanto para os
partidos da oposição, quanto para os da base aliada, a decisão dos democratas
praticamente inviabiliza a tentativa de uma só candidatura antigovernista na
capital, ao mesmo tempo em que desobriga os partidos alinhados ao PT de abrir
mão de suas pretensões.
No PMDB, o efeito pulverizador da pré-candidatura de ACM Neto foi sentido de ime diato. “Eu não acredito mais em união das oposições. A decisão de ACM Neto, ele não comunicou, nem conversou com ninguém com quem ele vinha conversando. Foi tomada para tentar resolver o problema do partido dele, o DEM, e perdeu-se o projeto político”, avaliou o pré-candidato peemedebista, o radialista Mário Kertész. A eleição em Salvador é avaliada como prioritária pelo DEM, partido que atualmente não tem prefeito em capitais e espera recuperar o poder na terceira maior cidade do país.
Diante da dificuldade de união das oposições no primeiro turno, Kertész já admite repensar sua disposição em disputar a prefeitura. “Não decidi ainda o que vai acontecer. O meu projeto era o de união das oposições. É uma coisa para a gente decidir com calma nos próximos dias”, ponderou. Enquanto os peemedebistas trabalham nos bastidores, os olhos políticos se voltam para as negociações entre o DEM e o PSDB, que podem se unir para 2012.
Contudo, o presidente estadual do PMDB, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, diz que pode hipotecar apoio à pré-candidatura do deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB)– o que, em tese, impediria a aliança dos tucanos com o DEM. Mas, no ninho tucano na Bahia, o compasso é de espera. Um dos nomes fortes do PSDB no estado, o deputado federal Jutahy Júnior optou por não conceder entrevista até que haja a definição dos rumos da legenda na capital baiana, o que deve acontecer até a semana que vem. Já Imbassahy, que ainda deseja se lançar na disputa, adotou a retórica da cautela. Através de nota, disse: “Respeito e considero legítimo o movimento feito pelo DEM em apresentar o deputado ACM Neto como pré-candidato. Aliás, isso faz parte do processo democrático no qual vivemos. O PSDB é um partido que está sempre aberto ao diálogo”, limitou-se a dizer.
Tendência
Para ACM Neto, o efeito acarretado pela decisão do DEM é, na verdade, uma tendência de pulverização de candidaturas já verificada em Salvador no primeiro turno das últimas eleições municipais. “O desenho final só vai se dar nas convenções. Ainda prematuro. Mas ao menos quatro ou cinco candidatos, não tenho dúvida que haverá. Se você buscar o histórico sempre foi assim. Em 2008 foram cinco, em 2004 foram até mais”, rememorou. Na última disputa, foram ao pleito, além do democrata, Antônio Imbassahy (PSDB), João Henrique (PP, na época no PMDB), Walter Pinheiro (PT) e Hilton Coelho (Psol).
Base Aliada A dificuldade das negociações entre os opositores criou problemas também para o candidato governista Nelson Pelegrino (PT). Ele esperava demover outros partidos da base da ideia de candidatura própria para apoiá-lo. A estratégia seria unir os governistas para ter força suficiente para concorrer com uma cada vez mais improvável chapa única da oposição. “A oposição não se unir nos dá argumento e sustentação para não termos uma só candidatura na base da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno. É um conforto para quem pretende apresentar um projeto diferente para a população”, comemorou a deputada federal Alice Portugal, que pretende disputar a prefeitura pelo PCdoB.
A comunista já tem marcado até o dia da convenção de seu partido – 17 de junho –, para confirmar a criação de uma chapa encabeçada por ela. Contactado, Pelegrino não foi encontrado para comentar os efeitos da decisão do DEM.
Desenho No restante dos partidos, a decisão do DEM abriu flancos. O PR, que coligou-se com o PMDB em 2010, tem pré-candidato, o deputado federal Maurício Trindade. Até então tido como artífice de uma união com o PT, o republicano já admite negociar com a oposição. “Somente com o candidato do governador (Pelegrino) que se iniciaram conversas, mas infelizmente não evoluíram. Foram estagnadas”, revelou.
O parlamentar demonstra inclinação por um acordo com o democrata. “Temos conversado muito com ACM Neto. Ele é candidato forte, que tem respaldo”, elogiou. O único partido que, até o momento, não demonstrou mudanças de plano após anúncio do DEM foi o PP, cujo pré-candidato, João Leão, continua firme no desejo de brigar pela prefeitura. Com ou sem aliados.
No PMDB, o efeito pulverizador da pré-candidatura de ACM Neto foi sentido de ime diato. “Eu não acredito mais em união das oposições. A decisão de ACM Neto, ele não comunicou, nem conversou com ninguém com quem ele vinha conversando. Foi tomada para tentar resolver o problema do partido dele, o DEM, e perdeu-se o projeto político”, avaliou o pré-candidato peemedebista, o radialista Mário Kertész. A eleição em Salvador é avaliada como prioritária pelo DEM, partido que atualmente não tem prefeito em capitais e espera recuperar o poder na terceira maior cidade do país.
Diante da dificuldade de união das oposições no primeiro turno, Kertész já admite repensar sua disposição em disputar a prefeitura. “Não decidi ainda o que vai acontecer. O meu projeto era o de união das oposições. É uma coisa para a gente decidir com calma nos próximos dias”, ponderou. Enquanto os peemedebistas trabalham nos bastidores, os olhos políticos se voltam para as negociações entre o DEM e o PSDB, que podem se unir para 2012.
Contudo, o presidente estadual do PMDB, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, diz que pode hipotecar apoio à pré-candidatura do deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB)– o que, em tese, impediria a aliança dos tucanos com o DEM. Mas, no ninho tucano na Bahia, o compasso é de espera. Um dos nomes fortes do PSDB no estado, o deputado federal Jutahy Júnior optou por não conceder entrevista até que haja a definição dos rumos da legenda na capital baiana, o que deve acontecer até a semana que vem. Já Imbassahy, que ainda deseja se lançar na disputa, adotou a retórica da cautela. Através de nota, disse: “Respeito e considero legítimo o movimento feito pelo DEM em apresentar o deputado ACM Neto como pré-candidato. Aliás, isso faz parte do processo democrático no qual vivemos. O PSDB é um partido que está sempre aberto ao diálogo”, limitou-se a dizer.
Tendência
Para ACM Neto, o efeito acarretado pela decisão do DEM é, na verdade, uma tendência de pulverização de candidaturas já verificada em Salvador no primeiro turno das últimas eleições municipais. “O desenho final só vai se dar nas convenções. Ainda prematuro. Mas ao menos quatro ou cinco candidatos, não tenho dúvida que haverá. Se você buscar o histórico sempre foi assim. Em 2008 foram cinco, em 2004 foram até mais”, rememorou. Na última disputa, foram ao pleito, além do democrata, Antônio Imbassahy (PSDB), João Henrique (PP, na época no PMDB), Walter Pinheiro (PT) e Hilton Coelho (Psol).
Base Aliada A dificuldade das negociações entre os opositores criou problemas também para o candidato governista Nelson Pelegrino (PT). Ele esperava demover outros partidos da base da ideia de candidatura própria para apoiá-lo. A estratégia seria unir os governistas para ter força suficiente para concorrer com uma cada vez mais improvável chapa única da oposição. “A oposição não se unir nos dá argumento e sustentação para não termos uma só candidatura na base da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno. É um conforto para quem pretende apresentar um projeto diferente para a população”, comemorou a deputada federal Alice Portugal, que pretende disputar a prefeitura pelo PCdoB.
A comunista já tem marcado até o dia da convenção de seu partido – 17 de junho –, para confirmar a criação de uma chapa encabeçada por ela. Contactado, Pelegrino não foi encontrado para comentar os efeitos da decisão do DEM.
Desenho No restante dos partidos, a decisão do DEM abriu flancos. O PR, que coligou-se com o PMDB em 2010, tem pré-candidato, o deputado federal Maurício Trindade. Até então tido como artífice de uma união com o PT, o republicano já admite negociar com a oposição. “Somente com o candidato do governador (Pelegrino) que se iniciaram conversas, mas infelizmente não evoluíram. Foram estagnadas”, revelou.
O parlamentar demonstra inclinação por um acordo com o democrata. “Temos conversado muito com ACM Neto. Ele é candidato forte, que tem respaldo”, elogiou. O único partido que, até o momento, não demonstrou mudanças de plano após anúncio do DEM foi o PP, cujo pré-candidato, João Leão, continua firme no desejo de brigar pela prefeitura. Com ou sem aliados.
Alianças ainda dependentes de negociação
Se entre os principais partidos o quadro começa a se redefinir, entre as
legendas que correm por fora o desenho final continua dependente de
negociações, sem restrição ideológica. O presidente municipal do PPS, o
vereador Joceval Rodrigues, assegurou que negocia com todos. “O que nos
interessa é a afinidade de projetos”, afirmou. O PSC também não tem pressa em
se definir. “Teremos reunião no dia 15 de maio para fechar a questão”, disse o
presidente estadual da legenda, Eliel Santana. O PTB, que tem como
pré-candidato o vice-prefeito Edvaldo Brito, vai na mesma linha da
“compatibilidade de projetos” e disse ver com bons olhos a multipolaridade de
pré-candidaturas.
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