quinta-feira, 5 de abril de 2012

Paixão de Cristo é encenada na Concha Acústica até segunda

Projeto único no cenário cultural baiano, o espetáculo A Paixão de Cristo, será apresentado pelo segundo ano consecutivo na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. A montagem, dirigida por Paulo Dourado, será apresentada desta quinta-feira à segunda-feira, às 18h30, com a espectativa de público de 27 mil pessoas durante os cinco dias de encenação.
A montagem A Paixão de Cristo é uma interpretação dos Evangelhos, com foco no nascimento, calvário, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Épico, contará com 50 atores e um coro de 100 vozes. No elenco, grandes nomes do teatro baiano. Este ano, o ator Márcio Bernardes encara o desafio de representar Jesus Cristo, já que, em função da novela Gabriela, Jackson Costa teve que se afastar. Regina Dourado viverá o papel de Maria e Andrea Elia, o de Maria Madalena.

Também marcam presença atores do porte de Agnaldo Lopes, Edlo Mendes, Hamilton Lima, Luis Pepeu, Bira Freitas, Joana Schinitimann, Narcival Rubens, Urias Lima, Crisiane Veigga, entre outros. Além disso, há a participação especial de 25 jovens atores do PIM (Projeto de Iniciação Musical), do bairro de Fazenda Coutos.
Efeitos

Os efeitos especiais, coordenados por Fritz Guttmann,
garantem o “voo” do arcanjo Gabriel e a ascensão de Cristo. A cobra Tânia será outra atração.
O ator Gideon Rosa, que assina a direção de elenco e é parceiro de muitos anos de Dourado, destaca o aprendizado com os atores, “que tem sido muito enriquecedor”, e o projeto de Dourado.

A atriz Regina Dourado, pelo segundo ano interpretando Maria, depõe: “É maravilhoso fazer, principalmente depois da reação popular do ano passado, da multidão que foi à Concha Acústica. É importante para a
família, para a cultura espiritual. Paulo Dourado faz um espetáculo lindo e comovente, dentro das suas possibilidades”.

Encenador de espetáculos de sucesso como A Conspiração dos Alfaiates, Canudos: A Guerra do Sem Fim, Lídia de Oxum e Rei
Brasil, realizados nos anos 1980, 1990 e início de 2000, Paulo Dourado luta para que A Paixão de Cristo passe a integrar o calendário cultural da cidade de Salvador.

Atraso - O sucesso de crítica e de público da edição passada não significou menos dificuldades para a encenação este ano. Dourado diz que “a lentidão da Secult em apreciar o projeto gerou a perda do patrocínio de R$ 500 mil, da Vivo”.

De acordo com o encenador, ele inscreveu o projeto para ser apreciado em 15 de dezembro passado, já que tinha a carta do patrocinador, e a reunião para análise do processo só ocorreu em 29 de fevereiro. “Parece que as pessoas da Secult estão trabalhando contra os artistas. É a única explicação que tenho para este fato. Vejo isso como um profundo desinteresse com a realização cultural da cidade”, desabafa, mas faz questão de destacar o apoio da Governadoria, Embasa, Secretaria de Turismo e OAS, que patrocinaram R$ 260 mil.

Secult - Já o secretário estadual da Cultura, Albino Rubim, confirma a inscrição do projeto “no último dia” e aprovação no dia 29. Mas dia 15 ainda estava no prazo, não secretário? “Sim, mas foram mais de 160 projetos inscritos, a maior parte no final do prazo de inscrição, sem falar no período dos festejos de fim de ano. E são normais os trâmites internos para análise”, diz.

“Normalmente, até carta de apoio tem tramitação para reunião de vários membros, representantes de vários órgãos”, frisa. Albino acrescenta: “Quando o projeto foi apreciado no dia 29, verificou-se, também, que o proponente estava com irregularidade fiscal”.

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