Lílian Machado
Um dia após a Assembleia Legislativa ter sido palco da Operação Detalhes, que culminou com o indiciamento do deputado estadual Roberto Carlos (PDT) por crimes ligados a desvio de dinheiro público, associado à presença de funcionários fantasmas, lotados em seu gabinete, os colegas de parlamento decidiram quebrar o silêncio em torno do assunto.
Durante o pequeno expediente da sessão de ontem, apesar do clima de véspera de feriado com baixa presença, alguns deputados ressaltaram a necessidade de um rápido desfecho para a situação que trouxe constrangimento e manchou a imagem da Casa, perante a imprensa e a opinião pública. Até o final da tarde de ontem, a Polícia Federal ainda não tinha convocado o deputado para prestar depoimento e nem o mesmo se manifestou de forma espontânea para a instituição. Segundo o advogado João Jacobina, ele receberá a cópia do inquérito que segue em Juazeiro hoje. A assessoria de comunicação da Delegacia da PF em Juazeiro se restringiu a dizer que as informações serão transmitidas para a imprensa à medida que as questões forem sendo consolidadas.
O entendimento é que, diante do feriado santo, somente a partir da próxima semana é que haverá novidades concretas. A instituição também não divulgou os nomes dos demais envolvidos no suposto esquema.
Durante o pequeno expediente da sessão de ontem, apesar do clima de véspera de feriado com baixa presença, alguns deputados ressaltaram a necessidade de um rápido desfecho para a situação que trouxe constrangimento e manchou a imagem da Casa, perante a imprensa e a opinião pública. Até o final da tarde de ontem, a Polícia Federal ainda não tinha convocado o deputado para prestar depoimento e nem o mesmo se manifestou de forma espontânea para a instituição. Segundo o advogado João Jacobina, ele receberá a cópia do inquérito que segue em Juazeiro hoje. A assessoria de comunicação da Delegacia da PF em Juazeiro se restringiu a dizer que as informações serão transmitidas para a imprensa à medida que as questões forem sendo consolidadas.
O entendimento é que, diante do feriado santo, somente a partir da próxima semana é que haverá novidades concretas. A instituição também não divulgou os nomes dos demais envolvidos no suposto esquema.
Passado o clima de perplexidade, diante da operação da PF, fato nunca antes registrado na Assembleia, nos corredores da Casa, o que mais se ouvia entre servidores eram interrogações a respeito do caso. Muitos questionavam porque a ação se centraria em um parlamentar e indicavam a existência de denúncias direcionadas em prejudicar o acusado e afetar o Parlamento. No plenário, parlamentares resolveram se manifestar sobre a situação. O líder do PCdoB, deputado Álvaro Gomes, em discurso, disse que o Legislativo não podia ficar paralisado em decorrência da Operação Detalhes. Álvaro Gomes reconheceu a gravidade das denúncias contra o corregedor, mas comentou que não cabe aos demais parlamentares fazerem qualquer prejulgamento nesse instante. “Cabe à Casa aguardar as investigações da Polícia Federal para, posteriormente, proceder a uma avaliação com mais acuidade”, enfatizou.
O deputado Targino Machado (PSC) disse que a maioria dos parlamentares possui assessores que prestam serviços no interior. “Onde está o crime? Isso é legal? Agora o que não pode haver é isso de transferência de dinheiro. Precisa mos analisar e darmos respostas à sociedade”, afirmou em conversa com a Tribuna. A petista Luiza Maia citou a prisão de Luiz Caetano pela PF na Operação Satiagraha e a necessidade de se ponderar nessas questões. Já o deputado Carlos Geilson (PTN) disse que espera que inquérito seja remetido para que a Casa possa se posicionar. “Foi o fato que trouxe surpresa e sofrimento. Ontem não falamos porque achamos que quem tinha que falar era o presidente da Casa, como de fato aconteceu”.
Pedestista desconhece autos
rincipal alvo das denúncias, sendo acusado de contratar oito funcionários fantasmas e indiciado pelos crimes de peculato, formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, o deputado estadual Roberto Carlos (PDT) não quis tecer maiores declarações sobre o caso. Ao ser questionado sobre o assunto, em entrevista à Rádio Tudo FM ontem, o parlamentar desconversou. “Vamos aos fatos. Até o momento, nem eu nem meu advogado recebemos cópias do inquérito. Só podemos nos posicionar quando conhecermos os autos. Antes disso, qualquer declaração é prematura”, afirmou. O pedetista destacou a surpresa diante do fato. “Foi um baque. Tenho 22 anos de vida pública e no mesmo partido, sempre dedicada às causas dos mais simples, porque fui camelô e barraqueiro. Deus está no comando e a verdade virá o mais rápido possível”, disse. Ele minimizou o fato, porém, ao dizer que a Polícia estaria apenas realizando uma investigação, “como investiga qualquer um”.
Roberto Carlos, que é corregedor da AL, disse que se caso algum colega de parlamento fosse envolvido em uma investigação do tipo iria apurar o caso para depois se posicionar. A reportagem não conseguiu falar com o parlamentar. Segundo sua assessoria de imprensa, ele irá se pronunciar em plenário na próxima semana. O presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT) disse ontem ser “impossível” que servidores supostamente contratados pelo gabinete do deputado nunca tenham pisado os pés na Assembleia, conforme teria sido divulgado.
“Não aceito desde o início da minha legislatura como presidente a procuração por posse. Portanto, esse servidores ou tomaram posse antes do presidente Marcelo Nilo assumir ou com certeza estiveram na Assembleia Legislativa”, frisou. Ele defendeu o deputado das acusações. “É um deputado de três mandatos, sempre foi correto e deixou todos nós preocupados e tristes. Agora, eu acho que qualquer cidadão tem direito à defesa.
Roberto Carlos vai fazer sua defesa”.
Fonte: Tribuna da Bahia
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