Professores, estudantes e funcionários da Universidade Federal da Bahia (UFBA) contarão, a partir da próxima segunda-feira, 9, com o auxílio da Polícia Militar para a segurança nos entornos dos campi localizados nos bairros de Ondina, Federação e Canela. A medida foi estabelecida nesta terça-feira, 3, após uma reunião realizada na sede do comando da PM, no Quartel dos Aflitos, entre a reitora Dora Leal Rosa e o comandante geral da corporação, coronel Alfredo Castro.
A expansão da universidade, a criação de 33 cursos noturnos e a insegurança dos estudantes nos pontos de ônibus, principalmente à noite, foram os argumentos usados para a solicitação de reforço na região periférica da Ufba. "Nós não temos responsabilidade com o interior do campus. Entretanto, a parte externa é e sempre foi nosso dever. O que faremos é acatar o pedido de reforço da segurança na região", ressaltou o coronel Alfredo Castro.
O acordo estabelecido entre a reitoria da Universidade e o comando da PM determinou que 20 policiais, divididos em duplas, farão as rondas nos entornos de todos os campi, priorizando a atenção para os estacionamentos e pontos de ônibus.
Apesar da solicitação, o coronel Alfredo Castro ressaltou que desde o início de 2012, apenas dois assaltos a pontos de ônibus foram registrados na Avenida Adhemar de Barros, onde fica o campus de Ondina. "Vale ressaltar que estes dois casos foram denunciados. Outros assaltos podem ter ocorrido, mas as vítimas não registraram queixas", enfatizou.
Segundo a assessoria de comunicação da Ufba, a segurança será reforçada, a partir das 20h, nas proximidades dos pontos de ônibus. A estudante de comunicação da Universidade Federal da Bahia, Marília Moreira, é a favor do acordo. "Na verdade, o Estado é quem deveria garantir isso em qualquer lugar da cidade, mas se a Universidade tem de fazer o pedido, que o faça. Apoio a ideia", salientou.
Segundo a assessoria da Ufba, a professora Dora agradeceu o firmamento do acordo e colocou a universidade à disposição da Polícia Militar para apoiar os seus processos de desenvolvimento organizacional. Além dos campi da capital, o acordo também prevê o reforço da segurança nas unidades da Ufba em Vitória da Conquista e Barreiras.
Insegurança - Tema crônico, o debate sobre insegurança na Ufba foi reaceso após episódio ocorrido no último dia 13 de março. Por volta das 22h, a professora Alinne Bonetti, 39 anos, do bacharelado em estudos de gênero e diversidades, estava, junto com seis alunas, em um ponto de ônibus na Av. Adhemar de Barros, Ondina, quando sofreram assédio sexual de um homem, que passou a se masturbar diante das mulheres.
“Foi uma situação absurda. É óbvio que a Ufba tem responsabilidade por não garantir infraestrutura, segurança. Somente após o ocorrido, a universidade disponibilizou seguranças na área. A Ufba não é a única culpada. Falta policiamento nas ruas e fiscalização da Transalvador com relação ao cumprimento dos horários dos ônibus”, queixou-se a professora em reportagem publicada por A TARDE.
Medidas emergenciais já foram tomadas pela pró-reitoria de administração da universidade. Os portões que antes eram fechados às 22h30, não fecham mais. Além disso, a vigilância motorizada passou a circular 24 horas.
O campus de Ondina é considerado como um dos cinco pontos críticos da Ufba no quesito segurança. Os outros são: Campus de São Lázaro, escadaria do Viaduto do Canela, área entre os prédios de Arquitetura e da Escola Politécnica e, no âmbito geral, todo o entorno dos campi.
Fonte: ATARDE
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