Tribuna da Bahia - Carlos Vianna Junior REPÓRTER
Se a educação não consegue se estabelecer dentro das salas de aula, aqueles
que participam dela estão indo às ruas. Primeiro foram os professores de escolas pública da rede
estadual, em greve há 51 dias. Agora é a vez dos professores da UFBA e das
escolas particulares. Estes últimos já iniciaram a luta por suas reivindicações
nas ruas da cidade, fazendo apitaços em frente de escolas em busca de adesão.
Já os professores da UFBA esperam pelo plebiscito que deve confirmar a greve anunciada ontem. Enquanto eles não se juntam às 45 unidades federais de ensino em greve em todo país, os professores da universidade deram aula normalmente ontem.
Já os professores da UFBA esperam pelo plebiscito que deve confirmar a greve anunciada ontem. Enquanto eles não se juntam às 45 unidades federais de ensino em greve em todo país, os professores da universidade deram aula normalmente ontem.
De acordo com a diretoria da Apub Sindicato, a decisão tem de ser referendada nas urnas pela maioria dos docentes filiados, conforme previsto no artigo 16º do estatuto desta entidade.
O plebiscito será realizado nos próximos dias 5 e 6 de junho de 2012, em todas as unidades de ensino da UFBA e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Somente após o resultado da votação é que vai ser definido se haverá greve ou não por tempo indeterminado nas instituições filiadas à Apub Sindicato.
As principais reivindicações dos docentes das instituições federais de
ensino superior são a equiparação de piso e teto à carreira do Ministério da
Ciência e Tecnologia além da reestruturação da carreira docente do magistério
superior e do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) e melhorias das condições de trabalho nas universidades.
PARTICULARES - O movimento grevista dos professores das
escolas particulares conseguiu até agora a paralisação de15 unidades na capital
e três em Feira de Santana. De acordo com Cristina Souto, diretora de
comunicação do Sindicato dos Professores do Ensino Privado da Bahia (Sinpro-Ba),
a greve atinge mais as escolas de maior porte. “Nas escolas menores o poder de
intimidação dos patrões é maior, o que está realmente sendo usado”
explicou.
No segundo dia de paralisação, os professores foram à luta em busca de
chamar a atenção para sua causa e tentar atingir suas reivindicações. São 58 em
total, numa lista encabeçada pelo aumento real de 14,88% do salário, que já teve
uma contraproposta de 5,5% por parte dos proprietários de escolas, que se
mostrar irredutíveis.
Para chamar mais uma vez o patronato para discutir as propostas, os
grevistas fizeram uma manifestação, ontem pela manhã, em frente à escola Emanuel
Kante, cujo proprietário, Natálio Dantas, o presidente do Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (SINEPE-BA).
“Eles não estão querendo conversar conosco e para tanto usam o argumento de que pagam muito mais que o piso, que está completamente defasado”, informa Souto.
“Eles não estão querendo conversar conosco e para tanto usam o argumento de que pagam muito mais que o piso, que está completamente defasado”, informa Souto.
O piso atual é de R$ 4,48 por hora de trabalho. Segundo Souto, as escolas
maiores pagam até R$ 20,00 a hora, “o que parece ser muito.
Mas esses números além de não revelarem a defasagem em relação a inflação, não diz respeito à classe como um todo e não considera muitas outras dificuldades enfrentadas pelos professores”, disse.
Mas esses números além de não revelarem a defasagem em relação a inflação, não diz respeito à classe como um todo e não considera muitas outras dificuldades enfrentadas pelos professores”, disse.
Outras ações foram realizadas ontem como um apitaço em frente à escola Lua
Nova, na Pituba. Para hoje, está programada uma nova assembleia, às 14 h, na
sede do Sindiquímica, no Tororó.
Passeata a ser realizada hoje
Com 51 dias de paralisação, os professores da rede estadual de ensino
continuam sua luta, agora com mais ânimo depois da vitória obtida na justiça que
deve fazer os grevistas reaverem os salários que não foram pagos pela Secretaria
Estadual de Educação.
Segundo Rui Oliveira, presidente da APLB, o dinheiro ainda não foi pago e o governo deve continuar impedindo que isso aconteça por meios legais. “É um exemplo muito feio desobedecer a lei”, disse Oliveira.
Segundo Rui Oliveira, presidente da APLB, o dinheiro ainda não foi pago e o governo deve continuar impedindo que isso aconteça por meios legais. “É um exemplo muito feio desobedecer a lei”, disse Oliveira.
Ontem, os grevistas estiveram na Rotula do Abacaxi, numa manifestação
conjunta com alunos das escolas da Cidade Baixa. Para hoje, às 9h, está prevista
uma passeata, também com a presença dos alunos, que ira de Ondina à Barra. Para
sábado, os professores estão preparando uma manifestação no aeroporto Deputado
Luis Eduardo Magalhães.
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