Jornal A Tarde - Henrique Mendes
Acompanhando o movimento organizado pelo Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior (Andes), os professores da Universidade
Federal da Bahia (Ufba) decidiram decretar greve por tempo indeterminado, a
partir desta quarta-feira, 30.
A decisão, que impacta cerca de 40 mil estudantes em todo o Estado
(graduação e pós-graduação), foi decidida em assembleia realizada nesta
terça-feira, às 16h, na Pavilhão de Aulas da Federação (PAF 1), localizado no
campus de Ondina.
De acordo com a presidente Associação dos Professores Universitários da
Bahia (Apub), Silvia Lúcia Ferreira, apenas por questão regimental, a aprovação
da greve ainda passará por plebiscito, que deve ocorrer nas próximas 48 horas,
como estabelece o regimento da categoria.
Entretanto, isso não impede que os professores já paralisem as atividades,
ressalta. "Quem esteve aqui (na assembleia), já deve interromper as atividades
amanhã (nesta quarta) e iniciar a mobilização nos campus, buscando apoio de
outros professores e de estudantes", antecipa Silvia Lúcia.
A categoria adera à pauta nacional, que levou 45 universidades a
interromper as atividades em todo o país, baseada na exigência de uma
reestruturação da carreira docente e na melhoria das condições de
trabalho.
Segundo a professora Celi Taffarel, da Faculdade de Educação (Faced), entre
os assuntos discutidos pelos professores está o Plano de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni). Conforme a docente, as
universidades federais têm crescido em estrutura, mas esses avanços não são
equivalentes quando o assunto é melhoria das condições de trabalho dos
professores.
Além disso, a categoria afirma que no ano passado (2011), o governo fechou
um acordo com os professores que previa a revisão do plano de carreiras para
2013, além de um aumento de 4% a partir de março e a incorporação de
gratificações.
Em nota divulgada no Portal do Ministério da Educação, o reajuste de 4%,
definido em acordo com as representações sindicais, foi cumprido por força da
Medida Provisória nº 568, assinada pela presidenta da República, Dilma Rousseff,
no dia 11 último, publicada no Diário Oficial da União no dia 14. Antes,
portanto, da deflagração do movimento grevista, e com efeito retroativo a
março.
Com relação ao plano de carreira, o MEC afirma que as negociações são
desenvolvidas no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e devem ser
implementadas no próximo ano.
Segundo a assessoria da Universidade Federal da Bahia, a reitora Dora Leal
Rosa irá a Brasília, na manhã desta quarta-feira, 30, onde deve se reunir, na
sede da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais, com os
reitores de todas as universidades federais para discutir soluções para a
greve.
Adesões - A Ufba se junta a outras universidades que já
paralisaram as atividades na Bahia. A primeira foi a Universidade Federal do
Vale do São Francisco (Univasf), que iniciou a paralisação no dia 15 de
maio.
Dois dias depois foi a vez de parte dos profesores da Universidade Federal
do Recôncavo Baiano (UFRB), vinculados a Apur (Associação dos Professores
Universitários do Recôncavo da Bahia). Agora, com a paralisação dos professores
vinculados a Apub, a adesão deve ser integral.
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