RIO DE JANEIRO - Representante sueco, Mikael Román, disse que são
necessárias mudanças profundas, em todos os sentidos, para chegar ao
desenvolvimento sustentável...
Agência Brasil - Publicado Jornal DCI - Diário Indútria e
Comércio
Román destacou que a questão foi levantada há 20 anos, durante a
Conferência da ONU para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio92), e que agora
é preciso incluir os aspectos social, “tão importante no Brasil”, e econômico,
“porque o mundo está em crise”.
O conselheiro sugeriu também que, como a implementação das metas políticas
traçadas na Rio92 não deu certo, deve ser colocada no debate uma questão
complementar, referente à atuação das pessoas e aos incentivos necessários para
uma ação voltada ao desenvolvimento sustentável. Segundo ele, o debate sobre
inovação é essencial para isso.
A Semana da Inovação Brasil-Suécia inclui três eventos simultâneos. O
primeiro é a conferência Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, que
reunirá no Planetário da Gávea, na zona sul do Rio, especialistas e autoridades
dos dois países para debater modelos de inovação e como eles podem ser
implantados para garantir às populações um futuro melhor.
O terceiro evento é a competição Innovation Race (Corrida de Inovação), na
qual dois times de estudantes brasileiros de nível superior – mestrandos e
doutorandos – terão 72 horas para desenvolver processos, produtos e serviços.
“Durante 72 horas, eles vão gerar o máximo possível de inovações que possam ser
patenteadas. Ou seja, não basta fazer uma tecnologia interessante. É preciso ter
um plano de comercialização, uma ideia de proteger isso como propriedade
intelectual".
Uma banca de especialistas selecionará os melhores projetos, que serão
anunciados no dia 1º de junho. O objetivo “é mostrar que inovação é muito mais
do que tecnologia. É um time de pessoas com várias formações e capacidade
colaborativa. A colaboração é essencial”, disse Román.
Líder mundial em inovação, a Suécia teve a capital, Estocolmo, eleita pela
União Europeia como a primeira capital verde do continente. Para chegar a esse
estágio, Mikael Román disse que a Suécia contou com elementos favoráveis, que
são a inovação, a cooperação e a abertura às mudanças internacionais. O país
teve que modificar o foco da produção, voltada até a 1ª Guerra Mundial para as
grandes empresas, e passou a investir nas pequenas e médias, com integração
entre os setores acadêmico e empresarial. A construção de clusters (arranjos
produtivos) e parques de ciências foi buscada como solução de mercado pelo
governo sueco. O esforço integrado contou com financiamento público e privado
para um objetivo comum, explicou.
O conselheiro lembrou ainda que o Brasil e a Suécia têm interesses comuns
em várias áreas, como celulose, bioenergia, recursos florestais e recursos
hídricos. A Suécia está mais avançada nas áreas de telecomunicações,
informática, indústria farmacêutica e aviação. Román observou que o Brasil é um
mercado atrativo para os suecos, que têm cerca de 200 empresas no país. As
relações bilaterais começaram no século 19. “Já há uma ligação
estabelecida”.
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