Tribuna da Bahia - Leidiane Brandão REPÓRTER
O questionamento de Crispina é o mesmo de centenas de pessoas que utilizam ônibus para se locomover em Salvador.
Um possível aumento na tarifa para R$3,15 vem causando preocupação para a população, principalmente a classe menos favorecida.
Entretanto, o Secretário de Transporte e Infraestrutura (Setin), José Mattos, afirmou que o aumento da passagem não chegará ao solicitado pelos empresários, já que o valor está fora da realidade da população baiana.
“Isso é um absurdo, não está de acordo com a realidade dos salários dos
soteropolitanos. Quem ganha um salário mínimo e tem filhos estudantes não têm
condições de pagar um valor mais alto que o atual. Os empresários não melhoram
as condições dos transportes e aumentam a passagem.
Os ônibus
estão sempre lotados. Só consigo encontrar uma poltrona vazia em período de férias escolar”, ressaltou o frentista, Albert Melo, 24 anos,
que trabalha na Djalma Dutra e reside no bairro de Pernambués.
Atualmente a passagem de R$ 2,50 é considerada a segunda mais cara do
Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, que lidera o ranking com o valor
de R$ 2,75.
Com o fim da greve e os benefícios concedidos aos rodoviários pela Justiça
do Trabalho da Bahia (TRT-BA), após julgamento do dissídio coletivo dos
trabalhadores, os donos de empresas de ônibus de Salvador encaminharam na
segunda-feira (28), um pedido de realinhamento tarifário para a Prefeitura
Municipal.
Os empresários apontam perdas por estar há 17 meses sem realinhamento tarifário, além do reajuste de 7,5% de salário concedido à categoria nesta última sexta-feira 25.
Os empresários apontam perdas por estar há 17 meses sem realinhamento tarifário, além do reajuste de 7,5% de salário concedido à categoria nesta última sexta-feira 25.
O superintendente do Setps de Salvador, Horácio Brasil, afirma que, em
dezembro do ano passado, o sindicato já havia enviado um pedido de aumento de
tarifa que foi rejeitado pela prefeitura.
Segundo os empresários do setor, a soma de reajuste salarial e benefícios
geram um impacto da ordem de R$ 5,9 milhões mensais. Com o realinhamento, a mão
de obra, que era 46,7% na composição da planilha de custos, aumentou para 49,7%.
O possível aumento de tarifa de ônibus já gerou as primeiras reações por
parte dos estudantes. Revoltados, eles estão usando as redes sociais para
divulgar o primeiro protesto, que está marcado para acontecer nesta quinta-feira
(31), às 16h no PAF 3 da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Ondina. Após a
concentração no PAF, os estudantes pretendem realizar uma caminhada nas ruas do
bairro.
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