Mariana Mendes - Jornal A Tarde
O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps)
não quer ter prejuízo com o reajuste salarial e benefícios concedidos aos
rodoviários pela Justiça do Trabalho da Bahia (TRT-BA), na última sexta-feira
(25), após julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores. Mal acabou a greve
da categoria e o sindicato do patronato entrou com pedido de realinhamento
tarifário à prefeitura.
Após avaliar o impacto da decisão da Justiça, o Setps argumenta que, com a
atualização salarial, o custo por passageiro que era de R$ 2,96 passará para R$
3,15. O superintendente do Setps de Salvador, Horácio Brasil, afirma que, em
dezembro do ano passado, o sindicato já havia enviado um pedido de aumento de
tarifa que foi rejeitado pela gestão municipal.
Agora, o Setps aguarda uma nova resposta. "Já demonstramos os custos antes
e estamos apresentando de novo. Teremos que colocar os ônibus nas ruas com ou
sem aumento de tarifa, mas, sem aumento, o serviço vai deteriorar", diz o
superintendente.
Questionado de quanto seria o pedido de reajuste da tarifa, Horácio Brasil
diz que "a decisão do custo da passagem é do poder público".
A Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin) confirmou o
recebimento do pedido de realinhamento tarifário, mas afirmou que o material
ainda será analisado pelo secretário José Mattos. Em nota divulgada nesta tarde,
a Setin disse que irá se reunir com representantes do Setps e técnicos da
prefeitura nesta terça, 29, no turno da manhã, para analisar o documento. Por
enquanto, reforça a nota, ainda não há nenhum posicionamento da administração
municipal quanto a reivindicação do sindicato dos donos de empresas de ônibus
para aumento da tarifa.
Reajuste - O TRT-BA determinou o reajuste de 7,5% nos
vencimentos e de 4,90% no valor do tíquete refeição dos motoristas, além do
retorno do pagamento do quinquênio - acréscimo de 5% do salário base aos
trabalhadores com cinco anos de serviços efetivos e contínuos na mesma
empresa.
O Setps declarou que, "somente com o pagamento do quinquênio, que alcança
70% dos 18 mil trabalhadores, o aumento no custo mensal fica em torno de R$ 700
mil segundo cálculos técnicos".
O patronato também alega que a soma de reajuste salarial e benefícios gera
um impacto na ordem de R$ 5,9 milhões mensais. Desta forma, a mão de obra, que
pesava 46,7% na composição da planilha de custos, aumenta para 49,7%.
Greve - Os rodoviários
decidiram terminar a greve da categoria, iniciada na última quarta-feira,
23, neste sábado, 26. O movimento durou quase quatro dias. Em nota oficial
encaminhada à imprensa, O presidente Manoel Machado explicou que o percentual
conquistado cobre a inflação e proporciona mais de 2% de ganho real aos
rodoviários. Para o diretor Hélio Ferreira, a volta do quinquênio, que era uma
das principais reivindicações da categoria, foi um dos motivos para o retorno ao
trabalho. O desconto referente aos dias parados será parcelado
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