Tribuna da Bahia
Agência Brasil
A questão da acessibilidade para os Jogos Olímpicos de 2016 é
prioritária neste momento, avalia o presidente da Autoridade Pública Olímpica
(APO), o ex-ministro Marcio Fortes. “O momento é agora ou nunca. Porque agora,
na elaboração dos projetos, você vai dizer o que fazer“, disse ele, em
entrevista.
Segundo Marcio Fortes, este ano terão início os projetos básicos das
instalações dos Jogos, na Barra da Tijuca, que se estenderão até fevereiro de
2013. Além disso, há os projetos executivos, cuja previsão de conclusão no
estado é abril do próximo ano.
O presidente da APO vai discutir com a ministra da Secretaria dos
Direitos Humanos, Maria do Rosário, e representantes dos ministérios públicos
Federal e Estadual, a necessidade de se fazer algum ajuste na área da
acessibilidade para os Jogos Olímpicos. No próximo dia 4, está agendada reunião,
às 11h, com o Ministério Público Federal, em Brasília, sobre o tema. O debate deverá envolver também as
entidades representativas de pessoas com deficiência.
A discussão da acessibilidade durante os Jogos envolve a questão dos
percentuais aplicáveis às exigências legais ou aos interesses dos organizadores.
Marcio Fortes destacou que a tendência inicial é seguir a lei no que se refere
às pessoas com deficiência. A legislação brasileira estabelece que 2% da
capacidade dos estádios têm que estar reservados a pessoas que precisam de
cadeiras de rodas para se locomover e seus acompanhantes, que não podem estar
concentrados em uma única área determinada. No exterior, o percentual estabelecido
é 1%. "É preciso discutir os percentuais aplicáveis às exigências legais ou de
práticas anteriores", destacou Marcio Fortes.
O respeito aos direitos das pessoas com deficiência está relacionado às
instalações, no caso de cadeirantes; ao piso tátil, no caso de pessoas com
deficiência visual; e a acompanhantes, para quem tem deficiência auditiva.
Marcio Fortes Fortes informou que a Lei Geral da Copa, aprovada pelo
Congresso Nacional, trata da reserva de bilhetes para pessoas com necessidades
especiais. “Mas não fala em 2%”. As entidades poderão negociar até 1% do total
de bilhetes disponibilizados para esse segmento da população, condicionados à
existência de facilidades específicas, entre as quais rampas e banheiros com
portas maiores e barras de apoio.
Em Londres, onde serão realizadas as Olimpíadas deste ano, foi definido que
1% dos bilhetes poderá ser vendido para cadeirantes. O pleito dos organizadores
dos Jogos no Brasil é que sejam adotadas regras mais flexíveis, com percentual
de 1% nas Olimpíadas e 1,5% nas Paraolimpíadas.
Segundo Marcio Fortes, a questão da bilheteria pode estar por trás dos
problemas relativos à acessibilidade para pessoas com necessidades especiais.
Ele lembrou que alterações nos projetos representam aumento de custos. Por outro
lado, disse que é preciso atentar para a segurança das pessoas com
deficiência.
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