Bárbara Silveira - Jornal A Tarde
Causada pela elevação do nível de
glicose no sangue, a diabetes pode acarretar grandes impactos à saúde,
influenciando no surgimento de problemas cardíacos, vasculares e também doenças
oftalmológicas. Catarata, glaucoma e retinopatia diabética são algumas das
doenças que podem comprometer a visão dos portadores de diabetes.
A retinopatia diabética causa lesões
definitivas nas paredes dos vasos sanguíneos que nutrem a retina e o resultado,
se não for tratada, pode ser a cegueira.
De acordo com o oftalmologista Ruy
Cunha, do Day Horc, atualmente, mais de 60% dos pacientes detectados com
diabetes também possuem a retinopatia diabética. O índice aumenta em diabéticos
acima de 25 anos. Nestes casos, o número de portadores da retinopatia chega à
80%.
Prevenção e tratamento
- Ruy Cunha explica que a retinopatia diabética é perigosa, pois
dificilmente os sintomas são percebidos nas fases inicias da doença. Por não
causar dor, é difícil de ser percebida. Manchas na visão que se movimentam,
perda gradativa do foco e pontos escuros no eixo da visão são alguns sintomas.
“O paciente só começa a perceber os sinais a partir de um estágio mais
avançado”, adverte o especialista.
Apesar de haver tratamento, a
retinopatia diabética não tem cura. “O tratamento, que em casos mais avançados é
realizado com aplicações de laser, não tira as manchas na visão causadas pela
doença, o procedimento só é capaz de evitar que novas manchas apareçam”,
esclarece o médico.
O diagnóstico é feito através de
procedimentos como o mapeamento e a angiografia da retina. Já o tratamento
precisa ser principalmente preventivo, evitando que a doença atinja níveis mais
graves e irreversíveis.
O paciente diabético deve estar
sempre atento aos exames oftalmológicos de rotina e ao controle constante dos
níveis de açúcar no sangue. “É necessário que o exame de fundo de olho, o único
capaz de detectar a retinopatia diabética, que não é percebida a olho nu, seja
realizado no mínimo de seis em seis meses. Evitar o surgimento da doença é
fundamental”, alerta Ruy Cunha.
Cuidados – Com o
controle e o acompanhamento de um médico oftalmologista e de um endocrinologista
é possível evitar a retinopatia em pacientes diabéticos. Cuidados simples como
manter uma dieta saudável, praticar exercícios físicos e controlar o nível de
glicose no sangue podem representar uma diminuição na chance de desenvolver o
problema ocular. “O bom controle clínico do diabetes pode evitar o aparecimento
ou a forma mais grave da retinopatia em até 75%”, finaliza o especialista do Day
Horc.
Pesquisa - O número
de brasileiros diabéticos só vem aumentando a cada ano. Ao menos é o que aponta
a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas
por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), realizada pelo Ministério da Saúde e
divulgada no início deste mês. De acordo com o estudo, 5,6% dos brasileiros são
diabéticos.
Na diferenciação por sexo, 6% das
mulheres brasileiras tem a doença, mas a pesquisa aponta que o percentual de
afetados subiu principalmente entre os homens, passando de 4,4% em 2006 para
5,2% no ano passado.
O levantamento foi feito em 26
capitais e no Distrito Federal. Salvador tem 6% da população com diabetes, mas a
capital brasileira campeã em incidência da doença é Fortaleza (CE), com mais de
7% da população portadora de diabetes.
Ainda segundo o estudo do
ministério, o número de internações por diabetes no Sistema Único de Saúde (SUS)
aumentou 10% entre 2008 e 2011, passando de 131.734 para 145.869. (Veja os dados completos da pesquisa sobre diabetes - PDF).
Serviço – Os portadores de diabetes podem ter acesso a remédios gratuitos para controlar a doença. A distribuição, que faz parte do programa Saúde Não Tem Preço, do governo Federal, disponibiliza medicamentos como a insulina e hipoglicemiantes em cerca de 20 mil farmácias conveniadas em todo país.
Serviço – Os portadores de diabetes podem ter acesso a remédios gratuitos para controlar a doença. A distribuição, que faz parte do programa Saúde Não Tem Preço, do governo Federal, disponibiliza medicamentos como a insulina e hipoglicemiantes em cerca de 20 mil farmácias conveniadas em todo país.
Em Salvador, as farmácias ficam em
bairros como Brotas, Rio Vermelho e Cajazeiras entre outros, totalizando 15
unidades (Acesse a lista na capital).
Obs. Para ver dados da pesquisa e
lista da capital acesse: A tarde on line
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