Tribuna da Bahia - Rivânia Nascimento REPÓRTER
Por determinação da presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª
Região, desembargadora Vânia Tanajura Chaves, por lei, mesmo com a greve, 30% da
frota de veículos deve circular durante a greve nos horários de pico,
das 5h às 8h e das 17h às 20h. Porém, mesmo com a determinação judicial, os
pontos de ônibus permaneceram vazios durante todo dia de ontem.
Por não terem cumprido a determinação da Justiça, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado da Bahia pagarão multa no valor de R$ 50 mil por dia, segundo Saul Quadros, advogado representante das empresas de transportes de ônibus da Bahia.
O prefeito João Henrique pediu ao governador Jacques Wagner o apoio da Polícia Militar para garantir que uma parte da frota
de ônibus, como determinado pela Justiça, esteja disponível para a população
durante a greve dos rodoviários. João Henrique também se reuniu com o presidente
da Comissão de Transportes da Câmara de Vereadores, vereador Jorge
Jambeiro.
Ainda no final da tarde de ontem, baseado na solicitação do secretário
Municipal de Transportes e Infraestrutura, José Mattos, e do presidente da
Comissão de Transportes da Câmara Municipal de Salvador, a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho,
Graça Larangeiras, informou durante entrevista coletiva na Setin, sobre a
decisão em antecipar o julgamento da causa para sexta-feira (25), às
14h.
Segundo Saul Quadros, o transporte público é considerado pela Justiça como
uma atividade essencial à população. Por conta disso, a medida cautelar que
regulamenta a greve determina que 60% dos ônibus circulem em horários de grande
pico e 30% nos horários com menor fluxo.
“A greve se tornou ilegal e abusiva desde quando os rodoviários
desrespeitaram a determinação da medida cautelar tirando todos os ônibus de
circulação. Caso os rodoviários persistam no descumprimento da liminar, será
cobrado do sindicato o valor de R$ 50 mil por dia. Sabemos que isso não irá
resolver o problema da população, mas vai contribuir para que as pessoas não
fiquem totalmente prejudicadas com a greve”, explicou.
De acordo com Quadros, durante o movimento realizado pela categoria em
2006, os rodoviários também descumpriram a determinação e o sindicato teve que
pagar a multa no valor de R$ 150 mil referente aos dias que tiraram os ônibus de
circulação. Ainda segundo ele, o dinheiro pago com a multa é aplicado no Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT), gerido pelo Governo Federal, que usa o dinheiro
para desenvolver projetos para beneficiar os trabalhadores.
A Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador)
explica que no período de menor movimento, 40% dos veículos deverão estar nas
ruas cumprindo normalmente seus itinerários.
Com a greve dos rodoviários, cerca de 18 mil ônibus estão fora de
circulação na capital, Região Metropolitana e interior da Bahia. Com isso, mais
de1 milhão de pessoas estão sendo prejudicadas com a paralisação em todo estado.
A Tribuna tentou ouvir a direção do Sindicato, mas até o fechamento desta edição
não obteve retorno.
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