Tribuna da Bahia - Mariacelia Vieira REPÓRTER
O sindicalista Paulo Colombiano e a companheira Catarina Galindo morreram
porque foram descobertas irregularidades na atuação da empresa, que administra o
plano de saúde do Sindicato dos Rodoviários.
Na tarde de ontem, a Polícia Civil apresentou os nomes dos empresários e irmãos Claudiomiro César Ferreira Santana e Cássio Antonio Ferreira Santana, proprietários da Mastermed, como responsáveis pelo duplo homicídio, registrado há dois anos.
Na tarde de ontem, a Polícia Civil apresentou os nomes dos empresários e irmãos Claudiomiro César Ferreira Santana e Cássio Antonio Ferreira Santana, proprietários da Mastermed, como responsáveis pelo duplo homicídio, registrado há dois anos.
A revelação foi feita no auditório da Secretaria de Segurança Pública, durante coletiva à imprensa, pelos investigadores do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP). Segundo o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, os empresários foram detidos ontem pela manhã, no Edifício Mansão Victory Tower, no Corredor da Vitória. Claudiomiro é médico, capitão da reserva da Polícia Militar e proprietário do Atacadão Centro-Sul, na Calçada.
Também estão presos [e acusados de envolvimento o ex-funcionário da
Mastermed e atual segurança do Centro-Sul, Edilson Duarte de Araújo, localizado
no bairro da Liberdade; o ex-segurança da rede de atacado, encontrado em Dom
Avelã, Wagner Luiz Lopes de Souza; e, Adailton Araújo de Jesus, também
ex-vigilante do Atacadão Centro-Sul, preso em Plataforma.
De acordo com as investigações desenvolvidas, “logo após uma reunião com
Claudomiro, os seguranças Wagner, Adaílton e Edílson perseguiram o casal até o
momento do crime”, como explicou o Secretário Maurício Barbosa. Segundo ele,
Edilson teria assumido participação na execução
Os ex-vigilantes teriam também acompanhado a rotina de Paulo Colombiano e
Catarina Galindo para planejar as execuções.
EXTORSÃO – Uma perícia feita no sindicato identificou que
a organização pagava R$ 700 mil mensais pela taxa de administração do seguro
que, desde 2005, já tinha recebido repasses superiores a R$ 116 milhões.
Colombiano, que considerava o plano uma “extorsão” aos trabalhadores, desvendou
ainda, logo após assumir a tesouraria, dívidas da Mastermed com o pagamento de
FGTS, INSS e imposto de renda.
Mais de 60 pessoas foram ouvidas na investigação nesses últimos dois anos.
Ontem, pela manhã, foram cumpridos os cinco mandados de prisão expedidos na
operação da Polícia Civil contra os suspeitos de envolvimento nos assassinatos
do sindicalista rodoviário Paulo Colombiano e a sua companheira, Catarina
Galindo, crimes ocorridos em 2010. Além das prisões, 14 mandados de busca e
apreensão foram cumpridos.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários da Bahia, no início da manhã, agentes
de polícia foram à sede da entidade e recolheram documentos e computadores que
pertencem à presidência e à tesouraria.
A operação contou com apoio de 25 viaturas e cerca de 120 policiais do
Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Companhia de Operações
Especiais (COE), da Polícia Civil.
VOLTAVA PARA CASA - O crime aconteceu na noite de 29 de junho de 2010
quando o casal voltava para casa, no bairro de Brotas, em Salvador. Os dois
morreram na hora. Colombiano era o responsável financeiro do Sindicato dos
Rodoviários da Bahia, que possui mais de 14 mil associados, 80 diretores e 52
funcionários.
A folha de arrecadação é estimada em R$ 5 milhões por ano, verba atingida
apenas com as mensalidades dos sócios. Somente após os assassinatos foram
contratados seguranças e instaladas câmeras para filmagem na sede da
entidade.
NOTA - Em uma nota enviada à imprensa pela manhã, o irmão
de Catarina Galindo, Geraldo Galindo, afirmou que a família nunca perdeu a
esperança da prisão dos autores do duplo homicídio. “Ao que parece, a polícia
está no rumo certo, de ir atrás daqueles que o próprio Paulo Colombiano
denunciou antes de morrer”, pontuou Geraldo.
“Dois dias antes de morrer, Paulo Colombiano disse a mim, em minha casa,
que por querer rever o plano de saúde, que ele considerava uma extorsão aos
recursos dos rodoviários, estaria recebendo ameaças de morte”, afirmou o cunhado
do sindicalista.
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