“De manhãzinha o fedor e a sujeira são tão grandes que é ruim até respirar", diz
frequentador
Florence Perez - Jornal Correio da Bahia
O anúncio de uma grande obra com direito a mirante,
anfiteatro, reforma dos banheiros e dos boxes, melhorias na pavimentação e
estacionamento prometia salvar o reduto dos boêmios do Mercado do Peixe, no Rio
Vermelho. O local foi reconstruído ha dois anos. No lugar dos boxes de alvenaria
e toldos chegaram as lonas, o calçamento foi requalificado, os banheiros e a
infraestrutura local melhoraram. Até aí, tudo bem, mas há um velho problema que
não há reforma que resolva: a sujeira.
“É um povo muito mal-educado. As pessoas jogam copos de
plástico no chão, comem amendoim e jogam casca no chão... E ainda tem o lixo
jogado pelos ambulantes que passam por aqui”, ressalta o diretor da Associação
dos Permissionários do Mercado do Peixe, Antônio Nunes.
O auxiliar de tráfego da Agerba Carlos Eduardo dos Santos
Junior, frequentador do local, conta que na segunda-feira o cheiro do mercado
fica insuportável. “De manhãzinha o fedor e a sujeira são tão grandes que é ruim
até respirar. Precisa o carro da Limpurb jogar água para conseguir limpar a
calçada. Os banheiros ficam imundos”, diz.
O paulista Roberto Perez, 56, está em Salvador a trabalho pela
sexta vez e resolveu conhecer ontem o famoso Mercado do Peixe. Sofreu uma
decepção. Sentar para comer, nem pensar. “Achei muito feio e desorganizado. Não
me parece muito higiênico. Me pareceu um pouco abandonado”, opina.
Para piorar, os homens ainda costumam improvisar um banheiro
no muro que faz divisa com a praia, relatam alguns clientes. Já as mulheres
enfrentam o sanitário oficial. “Tem cachorro dormindo no chão e fica um cheiro
horrível. Sem contar outras coisas horríveis, como deixarem calcinhas”, conta
uma garçonete.
Nunes reclama ainda que há 15 dias não aparece um funcionário da prefeitura para varrer a área.
Cachorros
Como se não bastasse o problema dos humanos, comerciantes reclamam ainda da dificuldade de manter o local limpo com os 20 cães “nativos” do local. “Fazem cocô por toda parte e tenho que jogar água para enxotá-los de perto das mesas. Eles dormem na porta dos boxes ou embaixo das mesas. Um horror”, reclama o garçom Carlos Pereira dos Santos, 56, que trabalha no Box do Luisão.
Nunes reclama ainda que há 15 dias não aparece um funcionário da prefeitura para varrer a área.
Cachorros
Como se não bastasse o problema dos humanos, comerciantes reclamam ainda da dificuldade de manter o local limpo com os 20 cães “nativos” do local. “Fazem cocô por toda parte e tenho que jogar água para enxotá-los de perto das mesas. Eles dormem na porta dos boxes ou embaixo das mesas. Um horror”, reclama o garçom Carlos Pereira dos Santos, 56, que trabalha no Box do Luisão.
O diretor da Associação dos Permissionários diz que os 32
comerciantes já pediram à prefeitura que tirasse os animais do local, mas o
apelo não surtiu efeito. “Não temos saída. Não podemos tocar neles, mas eles
podem infectar e chatear os clientes”, conta.
E os vizinhos indesejados encontram no lixo deixado por alguns
permissionários a oportunidade de sujar ainda mais o mercado. Na porta de alguns
boxes, sacos ou baldes repletos de restos de comida e materiais descartáveis
tornam-se alvos fáceis. “Alguns comerciantes daqui infelizmente não são
organizados. Deixam a sujeira por aí e até mesmo o box sujo, e os cachorros
reviram esse lixo e espalham no chão”, diz Nunes.
Responsabilidades
Segundo o coordenador de mercados da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp), Iuri Dias, a prefeitura assinou um contrato com o Grupo Schincariol no dia 11 de janeiro de 2010. Por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), a empresa ficou responsável por fazer a obra de revitalização do mercado. A obra durou seis meses e o grupo investiu R$ 4 milhões. “Eles têm direito a explorar por 10 anos o local. A Schin cedeu as mesas, cadeiras e freezers aos permissionários e eles só devem comercializar bebidas da marca”, explica.
Segundo o coordenador de mercados da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp), Iuri Dias, a prefeitura assinou um contrato com o Grupo Schincariol no dia 11 de janeiro de 2010. Por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), a empresa ficou responsável por fazer a obra de revitalização do mercado. A obra durou seis meses e o grupo investiu R$ 4 milhões. “Eles têm direito a explorar por 10 anos o local. A Schin cedeu as mesas, cadeiras e freezers aos permissionários e eles só devem comercializar bebidas da marca”, explica.
Segundo Dias, a companhia é responsável, com a Associação dos
Permissionários, pela manutenção do Mercado. “Neste momento eles estão custeando
uma pequena obra. Parte da área externa ainda é de barro e quando chove vira uma
lama. Eles estão colocando cimento em tudo”, relata o diretor da associação,
Antônio Nunes. Procurado pelo CORREIO, o grupo não se manifestou sobre o
assunto.
Com relação aos cachorros, a Vigilância Sanitária informou que
não está autorizada a retirá-los do local, exceto se os animais oferecerem
perigo à saúde humana, seja por estarem doentes, feridos ou apresentarem sinais
de agressividade. De acordo com a assessoria do órgão, o Centro de Controle de
Zoonoses pode ser acionado para verificar a necessidade de relocá-los.
Sucop diz que vai verificar problemas
No fundo do Mercado do Peixe até mesmo uma árvore e parte do asfalto esburacado entram na lista de lamentações dos permissionários. “Há mais de um ano pedimos a poda da árvore e a prefeitura nada faz. Quando chove, as folhas caem no telhado dos boxes e entope a passagem de água.
Já o asfalto todo quebrado serve para empoçar água suja e fede
demais”, reclama o diretor da Associação de Permissionários, Antônio Nunes.
Consultada sobre a situação atual do Mercado do Peixe, a Superintendência de
Conservação e Obras Públicas (Sucop) informou que um engenheiro agrônomo deve ir
ao local fazer uma visita técnica, para avaliar se a árvore deve ser podada ou
retirada do local.
Quanto à água empoçada nos fundos do mercado, a Sucop informou
que um técnico também fará uma visita para identificar a causa do problema e as
medidas a serem tomadas. O órgão não deu prazo para a
visita.
Colaborou: Luana Ribeiro, Rita de Cássia Martins e Joana Oliveira
Colaborou: Luana Ribeiro, Rita de Cássia Martins e Joana Oliveira
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