segunda-feira, 7 de maio de 2012

Comerciantes do Pelô enviam carta ao governador

Tribuna da Bahia - Noemi Flores REPÓRTER
A situação crítica por que passa o Pelourinho atualmente, cada dia com fechamento de um estabelecimento comercial - até o momento já somam 70 -, levou os comerciantes a enviar, semana passada, uma proposta ao governador do estado, Jaques Wagner Dentre as reivindicações da carta estão a solicitação de indenização aos comerciantes das praças quando não houver eventos para que os mesmos possam cumprir com seus compromissos financeiros.

Para o comerciante Clarindo Silva, dono do Restaurante e Espaço Cultural Cantina da Lua, uma das figuras mais populares do Centro Histórico de Salvador - considerado o guardião do Pelourinho por lutar muito para o restabelecimento do bairro -, a medida foi tomada porque “não houve aquecimento na economia do Pelourinho nestes últimos tempos, inclusive a greve da PM prejudicou muito o comércio. Temos conhecimento de que 70 estabelecimentos fecharam as portas ao longo dos seis anos”, desabafou.
Silva conta ainda que os comerciantes estão assustados com a ameaça de o governo fechar as três praças para reforma: Quincas Berro D´Água, Tereza Batista, Pedro Archanjo. “É um equívoco porque o baiano não vai no Pelourinho ver o conjunto arquitetônico, mas para eventos “, declarou.
A volta das terças da bênção, que não acontecem mais na Ladeira do Pelô em frente à Igreja Rosário dos Pretos e chegavam a atrair cerca de 15 mil pessoas, é vista por Clarindo como uma das soluções da volta do movimento no bairro. O comerciante citou o exemplo do cantor e compositor Gerônimo que continua atraindo grande público nas escadarias do Paço, “mas é bancado por ele próprio, sem incentivo nenhum de prefeitura ou governo”, comentou.
Outro problema sério apontado por Clarindo Silva é o Elevador Lacerda que fecha às 23 horas, e o Plano Inclinado fechado há 14 meses, prejudicando tanto o comércio da parte de baixo como o Pelourinho.

“Há uma série de fatores para analisar os caminhos que conduzem ao Pelourinho “, afirmou. Ele cita ainda a sétima etapa de restauração das obras do Centro Histórico que “abrigaria 100 famílias de funcionários públicos e pessoas egressas que saíram com a promessa de voltar e até agora nada”, concluiu.
Reivindicações - Os comerciantes solicitam a votação de um refis que seja justo e possa se basear na atual condição financeira do concessionário, levando em conta os últimos oito anos de apagão turístico, cultural e comercial no Centro Histórico de Salvador e que exija da Embasa e da Coelba o desmembramento de água e energia elétrica de todos os concessionários pois vem atrapalhando a vida e os negócios de muitas pessoas.
Entre outros temas, eles pedem também a definição de um termo de ajustamento de conduta com normas claras de preservação do patrimônio histórico e normas disciplinadas do uso do solo sem estimular o comércio informal predatório.
A queda do comércio do Pelourinho está ligada diretamente na falta de atrativo no bairro, por isto na carta há a reivindicação de que a Secretaria de Cultura do Estado defina um calendário de atrações fixas, incentivando e mantendo o componente antropológico cultural e que seja pautado não só na atração do turismo, mas também do público baiano de forma geral e que sejam formatados com bases em datas comemorativas e feriados longos.
A acessibilidade no Centro Histórico também é um fator importante e os comerciantes solicitam ao governador, na carta, que seja revista apressadamente esta questão, oferecendo o maior número de vagas possíveis para que atraiamos o maior número de visitantes. Os estacionamentos caros e a dificuldade para pessoas mais idosas ou com dificuldades especiais entrarem no Pelourinho é um grande impedimento para o sucesso de qualquer empreitada desejada pelo governo nesta área.
Outro item importante é que a Fundação Cultural da Bahia possa estabelecer um programa de diversificação da arte e estimule eventos como feiras e exposições para atração de público.

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