João Pedro Pitombo - Jornal A Tarde
O prefeito João Henrique Carneiro (PP) afirmou nesta quinta, 10, que a fase
de pré-operação do metrô deve começar em julho deste ano e terá duração de 12
meses. O cronograma contraria a informação dada ao jornal A TARDE pelo
secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, que previu uma duração de cinco
meses para a fase de testes. O vice-prefeito, Edvaldo Brito, por sua vez, diz
que o prazo é de 12 meses, mas o período exato vai depender da celeridade da
concorrência pública para escolha do consórcio que vai capitanear a
parceria-público privada.
A partir da escolha do consórcio que vai gerir as linhas 1 e 2 do metrô, a
responsabilidade sobre os testes passará para a iniciativa privada. Segundo o
secretário de Transportes e Infraestrutura do município, José Matos, caberá ao
governo do Estado definir se os testes prosseguirão até a fase de operação
comercial, o que deve acontecer apenas em 2014. O prefeito João Henrique também
defende que não haja interrupção. “Defendo que não haja esta lacuna entre o fim
dos testes e o início da operação. Depois que a população estiver acostumada a
fazer o trajeto em seis minutos (de metrô), você vai dizer que eles vão fazer em
40 (de ônibus)? O que é isso!”, exclamou.
O secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, reiterou que o período de
duração da pré-operação estará atrelado ao tempo de escolha do consórcio que vai
gerir o sistema. Com assinatura dos contratos, a continuidade dos testes
dependerá do parceiro privado. “Defendemos que o metrô continue em uso para não
desgastar os equipamentos. Mas como esta operação será bancada é um ponto que
ainda será avaliado no arranjo institucional e jurídico da PPP”, destaca.
Sobre o prazo para o início da pré-operação, Costa ressalta que vai
depender da velocidade do período de conclusão do termo de acordo entre Estado e
prefeitura, do período de formalização do pedido de recursos à União e do tempo
de resposta do governo federal para liberação dos R$ 32 milhões.
Licitação - O secretário José Matos, por sua vez, garante
que, mesmo sem a liberação dos recursos, o edital de licitação para contratação
da empresa que será responsável pelos testes deve ser publicado no final da
próxima semana. O valor do contrato, que poderá ser reduzido de acordo com as
propostas das empresas interessadas, será de R$ 51 milhões.
Este orçamento é cerca de 59% maior do que os 32 milhões que o governo
baiano se comprometeu a buscar junto à União. Segundo José Matos, a prefeitura
vai trabalhar para obter do governo federal os outros R$ 19 milhões que faltam
para manter a operação. Caso o dinheiro não venha, a prefeitura poderá
complementar com recursos do tesouro municipal.
Mão de obra - Além de bancar a pré-operação, parte dos R$
51 milhões servirá para a compra do maquinário do pátio de manutenção do Acesso
Norte, ao custo de R$ 14 milhões, além da implantação do sistema de bilhetagem,
que demandará investimento de R$ 4,5 milhões. Sobre a mão de obra que vai atuar
durante a fase de pré-operação do metrô, o secretário José Matos diz que os
funcionários serão terceirizados, vinculados à empresa que vencer a licitação
para a pré-operação.
O prefeito ressalta que a fase de pré-operação dos trens será gradual e o
cronograma estará previsto no edital. “Eles devem começar com dois dias por
semana para ampliar para quatro e depois passar a operar diariamente”, explica
João, destacando que o cronograma não tem relação com o período das eleições:
“Coincidiu que (os testes) fossem no ano de 2012. Fico feliz porque eles serão
iniciados ainda na nossa gestão”.
O secretário José Matos contestou a informação dada por Rui Costa de que a
operação comercial do metrô depende da conclusão dos pátios na estação Acesso
Norte. “O secretário Rui Costa não é da prefeitura, pelo que me consta, para
saber se tem ou não tem pátio de manobras”, alfinetou. Segundo ele, tanto o
pátio de manobras quanto o de manutenção estão prontos, sendo que o segundo só
dependeria da instalação do maquinário.
Rui Costa preferiu não polemizar sobre o assunto. “O que posso dizer é que
o Estado entende que chegamos a um bom entendimento com a prefeitura para
resolver o problema em definitivo”, disse.
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