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A aspirina funciona tão bem quanto o anticoagulante warfarina na
maioria dos pacientes com insuficiência cardíaca para prevenir hemorragia,
acidente vascular cerebral ou morte, segundo um estudo internacional divulgado
nesta quarta-feira.
As descobertas, publicadas na revista New England Journal of Medicine,
surgiram de um estudo de referência clínica com 10 anos de duração, que
acompanhou 2.305 pacientes em 11 países.
O risco combinado de hemorragia, AVC e morte era de 7,47% ao ano para os
pacientes que tomavam warfarina e de 7,93% ao ano para os que tomavam aspirina,
uma diferença que os cientistas consideram estatisticamente
insignificante.
Os pacientes que tomavam o anticoagulante, de nome comercial Coumadin,
tinham a metade do risco de acidente vascular cerebral do que os que tomavam
aspirina, mas os pacientes que tomavam warfarina tinham o dobro de risco de
sofrer uma hemorragia grave, razão pela qual estes dois fatores se anularam
mutuamente, segundo os cientistas.
Houve alguma evidência entre pacientes que tomavam warfarina, estudados
durante quatro anos ou mais, de que os anticoagulantes podem ter benefícios
superiores à aspirina, mas são necessários mais estudos para confirmá-lo,
destacou o informe.
"Visto que os riscos e benefícios globais são similares na aspirina e na
warfarina, o paciente e seu médico são livres para escolher o tratamento que
melhor se adapta às suas necessidades médicas específicas", disse o principal
pesquisador, Shunichi Homma, da Universidade de Columbia.
"No entanto, em vista da conveniência e do baixo custo da aspirina, muitos
podem seguir este caminho", observou.
A insuficiência cardíaca pode aumentar o risco de coágulos sanguíneos, que
podem causar derrame cerebral. A aspirina previne a coagulação do sangue e a
warfarina, disponível com receita médica, dilui o sangue.
"Com pelo menos seis milhões de americanos, e muitos mais em todo o mundo,
sofrendo de insuficiência cardíaca, o resultado do estudo WARCEF terá um grande
impacto na saúde pública", afirmou Walter Koroshetz, vice-diretor do Instituto
Nacional de Transtornos Neurológicos e Acidentes Vasculares Cerebrais dos
Estados Unidos (NINDS, na sigla em inglês).
"A decisão chave será entre o aumento do risco de acidente vascular
cerebral com aspirina ou o aumento do risco de hemorragia gastrointestinal com a
warfarina", disse.
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