terça-feira, 19 de junho de 2012

ACM Neto prega discurso de mudança

Tribuna da Bahia - Fernando Duarte Repórter
 
Com a presença dos principais caciques do Democratas na Bahia, a legenda homologou ontem na convenção realizada no espaço Unique, a candidatura do deputado federal ACM Neto a prefeito de Salvador. O evento anunciou formalmente a coligação entre a legenda e outros três partidos, o PSDB, o PPS e o PV, que indicou a vice, a professora Célia Sacramento.

“Chegou a hora de arrumar a casa, de colocar a cidade em ordem”, apontou o agora candidato ACM Neto.
Lideranças dos quatro partidos estavam presentes na convenção e reiteraram o apoio ao projeto encabeçado pelo parlamentar, entre eles, o presidente do diretório municipal tucano, José Carlos Fernandes, apresentado como nome do PSDB para a vaga de vice, que acabou ocupada pelos verdes.

“A escolha dos partidos foi unânime pelo nome de Célia Sacramento, que possui história de vida diferente do deputado ACM Neto, mas que vai trabalhar conosco por Salvador”, declarou o presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia.

Fogos de artifício e batuques trouxeram ares de uma festa de largo a candidatura democrata, com direito a isopor de bebidas no lado de fora do local, conhecido por suas requintadas celebrações. As amenidades, entretanto, ficaram restritas aos populares presentes e o candidato fez um prenúncio da campanha eleitoral nos próximos meses.
“O partido que governa o estado está chantageando o povo de Salvador, mas nós vamos deixar o coração falar mais alto e ganhar a eleição”, bradou. O tom dele foi dividido entre a própria defesa frente aos comentários dos adversários e o ataque ao modelo de gestão do PT.

“A voz do povo clama por mudanças em Salvador. De que adianta ter apoio do governador e da presidente, se não tem pulso firme para governar a cidade”, questionou Neto. O alvo preferencial, deputado Nelson Pelegrino (PT), mostra a polarização que tende a acontecer nos primeiros momentos da campanha.
“Eu sei onde eu quero ir. Eu sei onde o povo de Salvador quer que eu vá”, profetizou o deputado. Neto foi longe ao afirmar que ser “o melhor prefeito de todo o Brasil”, citando que a Salvador “precisa andar com as próprias pernas”, “sem dever favores a quem quer que seja”, “nem pedir com um pires para o governo do Estado e governo federal”.
A alfinetada veio ainda às alianças sacramentadas pelo PT que, segundo Neto, foram baseadas no “toma lá, dá cá” e no fisiologismo.
No discurso da candidata a vice, Célia Sacramento, o comedimento foi mais tácito. “Minha preocupação com meus irmãos, com meus amigos, com meus companheiros foi se eles iam entender que nós estamos inaugurando um novo momento político para Salvador”, ponderou.
Mulher, negra e professora, Célia foi criticada por aceitar compor uma chapa com o representante do Democratas, tratado como um “estupro” pelo o ex-pré-candidato a prefeito do PV, Virgílio Pacheco. Para ratificar a escolha da vice, Neto voltou a falar sobre a interlocução dela com movimentos sociais e sobre a aliança “programática” entre as legendas.
O distanciamento da figura do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, estratégia utilizada por Neto durante a campanha eleitoral de 2008, quando foi derrotado ainda no 1º turno, não deve ser repetida. Além de saudar lideranças e familiares presentes, o candidato fez questão de evocar o avô. Nas minúcias do discurso do presidente estadual do DEM, José Carlos Aleluia, o candidato virou o falecido.
“Vamos pedir votos para ACM e para Célia Sacramento”, conclamou Aleluia na última fala do discurso. Se há alguma dúvida da estratégia, Neto dirimiu. “Vamos reconstruir a Bahia reconstruindo Salvador”.
Sem Imbassahy, PSDB apoia
Tracejado por figuras conhecidas do meio político, a presença mais aguardada pela imprensa não apareceu à convenção do Democratas ontem. O ex-pré-candidato do PSDB, deputado federal Antônio Imbassahy, não foi, mas os até então debelados tucanos, liderados pelo presidente da Executiva municipal, José Carlos Fernandes, estavam em massa, inclusive no palanque montado no espaço Unique.

Discreto, Fernandes não falou com a imprensa, porém sua presença mostra que o PSDB local aceitou a decisão dos diretórios nacional e estadual.
“A convenção do PSDB autorizou por unanimidade a coligação com o PPS, o DEM, o PV e o PTN, que ainda não foi confirmado”, disse à Tribuna o deputado federal Jutahy Magalhães, um dos principais interlocutores para o acordo com o DEM.

“Essa decisão de caminharmos juntos não foi fácil, mas foi fruto de um processo necessário e correto. Vamos contribuir para a vitória de ACM Neto no primeiro turno para resgatar a autoestima de nossa população, para que essa cidade seja de novo orgulho e porta de entrada de todos os brasileiros”, discursou o parlamentar.
De acordo com Sérgio Passos, presidente estadual da legenda, a ausência de Imbassahy foi sentida também na convenção tucana, na parte da manhã de ontem.

“Ele também não foi para a nossa convenção, que aprovou por unanimidade a coligação com o DEM. As discussões internas levaram ao mesmo caminho e todos estão aqui”, afirmou Passos. O candidato do DEM não pareceu surpreso com a situação. “Na hora certa, ele vai se envolver com a campanha”, minimizou.
Na convenção, PPS, PSDB e PV reafirmaram o apoio ao projeto democrata e, mais uma vez, o PTN foi notado com a participação do deputado estadual Luizinho Sobral e do pré-candidato do partido a prefeito de Camaçari, Maurício Bacelar, irmão do presidente estadual da legenda, João Carlos Bacelar. Nos bastidores, a adesão da legenda carece de pequenos detalhes para ser anunciada. (FD)

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