Tribuna da Bahia - Catiane Magalhães Repórter
“Sem aula há tanto tempo, muitas escolas não vão realizar as quadrilhas e
festinhas, o que já reduz boa parte do nosso público que vinha em busca das
vestimentas típicas. Somado a isso tem o fato de o São João ter caído em um
final de semana e muita gente não viajar e consequentemente não investir em
roupa nova”, argumentou Letícia Reis, gerente de loja.
Segundo ela, a falta de infraestrutura também colabora para a perda de
clientes, que estão migrando para outras áreas do Centro da cidade e até mesmo
para os shoppings centers.
“As pessoas preferem pagar um pouco mais caro para ter segurança e
comodidade, aí vão direto para os grandes centros comerciais. Fica complicado
competir assim, pois nós não oferecemos sequer uma área para estacionar. Aqui,
não se pode parar carro na via e até mesmo quem vem de ônibus já está escolhendo
fazer compras em regiões com melhor acesso, a exemplo da Avenida Sete de
Setembro, Mercês e Carlos Gomes”, observou.
Ela conta que os lojistas se reuniram e decidiram abrir seus
estabelecimentos no último domingo (17), mas o movimento foi tão fraco que
precisou fechar as portas mais cedo. “A ideia era abrir até as 14 horas, mas
frustramos a expectativa e ao meio-dia já estava tudo deserto”, declarou.
Estratégia dos comerciantes
Apesar do cenário nada animador, os comerciantes não entregam os pontos e
ainda apostam em uma mudança de jogo nos últimos minutos da partida. Como já é
hábito dos baianos deixarem para ir às compras sempre na última hora, os donos
de lojas da Barroquinha e da Baixa dos Sapateiros montaram uma estratégia para
atrair clientes.
Por lá, o ritmo e o clima de São João já ditam moda. As vitrines e o
interior das lojas oferecem opções para todos os gostos e bolsos. Além dos
preços competitivos e da decoração típica, em algumas lojas o São João chegou
mais cedo. Enquanto escolhe e experimenta o que vestir, os clientes aproveitam o
som de trios nordestinos e ainda podem degustar os tradicionais licores e
quentão.
“Foi o jeito que encontramos para deixar o freguês mais à vontade. É um
diferencial, ele entra aqui e tem amendoim, bolo, licor, água gelada. São mimos
que dão certo porque ele acaba voltando”, disse Ágna Silva, caixa de uma loja
que adotou a estratégia.
De acordo com ela, a medida tem surtido bons resultados, pois o movimento
aumentou ontem, depois que o estabelecimento colocou um trio com sanfona,
triângulo e zabumba na porta e a mesa de guloseimas.
Ela espera que as vendas aumentem cerca de 70% até o próximo sábado (23),
sendo as camisas xadrez, chapéus de palha, jaquetas, vestidos e coletes jeans as
grandes vedetes do período.
“Precisamos bater essa meta, pois meu chefe já viajou para comprar mais
mercadorias e contratou quatro funcionários de reforço.
Para isso estamos facilitando o pagamento em até cinco vezes sem juros no cartão, abrindo crediário e dando desconto à vista. Tudo para manter o faturamento que sempre tivemos nas três principais datas para o nosso comércio: São João, Dia das Mães e o Final de ano”, salienta.
Para isso estamos facilitando o pagamento em até cinco vezes sem juros no cartão, abrindo crediário e dando desconto à vista. Tudo para manter o faturamento que sempre tivemos nas três principais datas para o nosso comércio: São João, Dia das Mães e o Final de ano”, salienta.
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