Tribuna da Bahia
“Tenho convicção – e esta conferência é disto uma prova – de que é grande nossa vontade de acordar. (...) A recuperação para ser estável tem de ser global.” Segundo a presidente, “a crise financeira e as incertezas que pairam sobre o futuro da economia mundial dão uma significação especial à Rio+20”.
Segundo a presidente, a concretização do desenvolvimento sustentável pode
ser traduzida em três palavras: “crescer, incluir e proteger”. Dilma afirmou
ainda que “várias conquistas de 1992 (Eco 92) que ainda permanecem no
papel”.
“Nossa conferência deve gerar compromissos firmes no ramo do desenvolvimento sustentável. Temos que ser ambiciosos”, discursou. Dilma também elogiou o documento apresentado pelas delegações aos chefes de Estado, para aprovação que, segundo ela, “consagra avanços importantes”. Na terça, delegações receberam e aprovaram um texto com 49 páginas.
“Nossa conferência deve gerar compromissos firmes no ramo do desenvolvimento sustentável. Temos que ser ambiciosos”, discursou. Dilma também elogiou o documento apresentado pelas delegações aos chefes de Estado, para aprovação que, segundo ela, “consagra avanços importantes”. Na terça, delegações receberam e aprovaram um texto com 49 páginas.
“O texto aprovado pelas consultas pré-Conferência representa o consenso
entre os diversos países aqui presentes. É o resultado de grande esforço de
conciliação e aproximação de posições para avançarmos concretamente na direção
do futuro que queremos.”
Entre os avanços do documento, afirmou Dilma, está a introdução da erradicação da pobreza como “maior desafio global que o mundo enfrenta”. “Pela primeira vez, num documento deste tipo, falamos da igualdade racial e não-discriminação”, destacou.
Entre os avanços do documento, afirmou Dilma, está a introdução da erradicação da pobreza como “maior desafio global que o mundo enfrenta”. “Pela primeira vez, num documento deste tipo, falamos da igualdade racial e não-discriminação”, destacou.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também elogiou o texto
da conferência. “As negociações foram longas, árduas, muito difíceis mesmo.
Contudo fizemos progressos significativos, principalmente nos últimos
estágios”, afirmou. “Fizemos história esta semana. Estamos perto de fazer um
acordo que pode criar nosso futuro sustentável”, disse ainda o secretário, sobre
um texto que organizações da sociedade civil têm considerado pouco ambicioso.
Dilma abriu a solenidade às 16h30 e apresentou um vídeo enviado pelos
astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
ONGs não acreditam em avanços
O documento final da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, que chegou ontem às mãos de chefes de Estado e de
governo é “aguado”, não apresenta metas claras, formas de financiamento de ações
e está aquém do texto elaborado há 20 anos, na Eco-92 (ou Rio-92), conferência
que vinculou o desenvolvimento ao meio ambiente.
As avaliações foram apresentadas por representantes de organizações não governamentais que acompanharam as discussões do texto final por meio do Major Group ONGs e por especialistas da área ambiental.
As avaliações foram apresentadas por representantes de organizações não governamentais que acompanharam as discussões do texto final por meio do Major Group ONGs e por especialistas da área ambiental.
A apresentação foi feita anteontem à noite na Cúpula dos Povos, o evento
paralelo à conferência oficial da Rio+20 que acontece no Aterro do Flamengo.
Ao lado de representantes de organizações como Greenpeace, WWF e Oxfam, o coordenador do Vitae Civilis, Aron Belinky, disse que para conseguir o consenso uma série de questões polêmicas foi varrida “para debaixo do tapete”, sem resolvê-las. “Achamos que essa é uma estratégia arriscada, que coloca o resultado à frente do que deveria ser encarado”. Para Belinky, o melhor era ter deixado claro que certos pontos não tinham o apoio dos negociadores.
“Se não tem consenso, que fique claro que não tem consenso. Que não se faça um documento aguado, que todo mundo concorda porque não faz diferença nenhuma”, criticou o diretor, sem pontuar os itens que poderiam ter obtido maior avanço.
O professor da USP (Universidade de São Paulo) Wagner Costa Ribeiro, que teve acesso a versão do texto final e participou da avaliação apresentada pelo Fboms (Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) na cúpula, disse que a consolidação do documento, acordado por 193 delegações, foi forçada e reflete a insatisfação de várias partes.
Ao comparar o documento da Eco-92 com o texto da Rio+20, o professor culpou o cenário internacional, de crise financeira, pela falta de grandes avanços.
Ao lado de representantes de organizações como Greenpeace, WWF e Oxfam, o coordenador do Vitae Civilis, Aron Belinky, disse que para conseguir o consenso uma série de questões polêmicas foi varrida “para debaixo do tapete”, sem resolvê-las. “Achamos que essa é uma estratégia arriscada, que coloca o resultado à frente do que deveria ser encarado”. Para Belinky, o melhor era ter deixado claro que certos pontos não tinham o apoio dos negociadores.
“Se não tem consenso, que fique claro que não tem consenso. Que não se faça um documento aguado, que todo mundo concorda porque não faz diferença nenhuma”, criticou o diretor, sem pontuar os itens que poderiam ter obtido maior avanço.
O professor da USP (Universidade de São Paulo) Wagner Costa Ribeiro, que teve acesso a versão do texto final e participou da avaliação apresentada pelo Fboms (Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) na cúpula, disse que a consolidação do documento, acordado por 193 delegações, foi forçada e reflete a insatisfação de várias partes.
Ao comparar o documento da Eco-92 com o texto da Rio+20, o professor culpou o cenário internacional, de crise financeira, pela falta de grandes avanços.
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