Tribuna da Bahia - Roberta Cerqueira REPÓRTER
Hoje o governador do estado, Jaques Wagner, e secretários deixam a capital
baiana para despachar da cidade de Cachoeira, a 111 quilômetros de Salvador. A
transferência de sede do governo, durante uma semana, integra as comemorações
pela Independência da Bahia, celebrada na próxima segunda-feira, dia 2 de Julho
e tem valor histórico.
A mudança cumpre a Lei 10.695/07, aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia e sancionada pelo governador, em 2008. O decreto determina que todos os anos, no dia 25 de junho, a sede do governo seja instalada no município, já que, no dia 25 de junho de 1822, os cachoeiranos deram início às lutas pela Independência da Bahia.
A mudança cumpre a Lei 10.695/07, aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia e sancionada pelo governador, em 2008. O decreto determina que todos os anos, no dia 25 de junho, a sede do governo seja instalada no município, já que, no dia 25 de junho de 1822, os cachoeiranos deram início às lutas pela Independência da Bahia.
O desenvolvimento do cultivo de cana-de-açúcar, da mineração de ouro no Rio das Contas e a intensificação do tráfico pelas estradas reais e da navegação do Rio Paraguaçu colaboraram para o rápido desenvolvimento econômico de Cachoeira a partir do século XVIII. Já em inícios de 1800, a sociedade cachoeirana detinha grande influência política e participa ativamente das guerras pela Independência da Bahia.
De acordo com o historiador Luís Henrique Dias Tavares, no livro
“Independência do Brasil na Bahia”, em 22 de junho de 1822, uma canhoneira
portuguesa que protegia o rio Paraguaçu abriu fogo contra o reduto
independentista baiano, deixando vários mortos.
“Logo após os primeiros tiros da canhoneira começou a luta para silenciar a embarcação de guerra, aprisionar o seu comandante e marujos e desarmar e prender os soldados e os portugueses que haviam feito disparos. Assim começou a guerra pela Independência do Brasil na Bahia”, descreve.
“Logo após os primeiros tiros da canhoneira começou a luta para silenciar a embarcação de guerra, aprisionar o seu comandante e marujos e desarmar e prender os soldados e os portugueses que haviam feito disparos. Assim começou a guerra pela Independência do Brasil na Bahia”, descreve.
A importância histórica da cidade pode ser vista nos prédios antigos e
monumentos.
Na Rua 13 de Maio, no Centro Histórico de Cachoeira, um prédio do século XVII que serviu de hospedagem para o Imperador D. Pedro II, em 1858 e para a Princesa Isabel e o Conde D’Eu em 1885 e hoje reúne mais de 13 mil peças de entre xilogravuras e matrizes, cópias assinadas e não assinadas de uma das personalidades que viveram na cidade, o alemão Karl Heinz Hansen, o Hansen Bahia. Marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor e xilógrafo adotou o Estado até no nome.
Na Rua 13 de Maio, no Centro Histórico de Cachoeira, um prédio do século XVII que serviu de hospedagem para o Imperador D. Pedro II, em 1858 e para a Princesa Isabel e o Conde D’Eu em 1885 e hoje reúne mais de 13 mil peças de entre xilogravuras e matrizes, cópias assinadas e não assinadas de uma das personalidades que viveram na cidade, o alemão Karl Heinz Hansen, o Hansen Bahia. Marinheiro, escultor, poeta, escritor, cineasta, pintor e xilógrafo adotou o Estado até no nome.
Além da importância histórico-política a cidade também é palco de uma das
principais manifestações do sincretismo religioso do país: a Festa de Nossa
Senhora da Boa Morte. O evento ocorre todos os anos no mês de agosto (neste ano
entre os dias 13 e 17, confira programação clicando aqui).
O calendário da festa inclui missas e procissões representando o falecimento de Nossa Senhora e também apresentações do Samba de Roda. Este último, uma mistura de dança, poesia, música e festa que é ligado ao culto aos orixás, é considerado “Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade” pela UNESCO.
O calendário da festa inclui missas e procissões representando o falecimento de Nossa Senhora e também apresentações do Samba de Roda. Este último, uma mistura de dança, poesia, música e festa que é ligado ao culto aos orixás, é considerado “Obra Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade” pela UNESCO.
Programação especial
O ritmo afro-brasileiro nasceu no Recôncavo baiano por volta de 1860. “O
samba nasceu lá na Bahia, se hoje ele é branco na poesia, ele é negro demais no
coração.”, diz a música do poeta Vinícius de Moraes.
Nesta segunda-feira, a programação na cidade começa às 8h30, com
hasteamento das bandeiras do Brasil, Bahia e de Cachoeira e solenidade que marca
a transferência da sede em frente à Câmara Municipal. No Centro de Convenções do
Convento do Carmo, acontece às 9h o Te Deum e, às 11h, uma solenidade com
apresentação de Camerata da OSBA.
Diversos serviços serão disponibilizados para a população, como o SAC
Móvel, Biblioteca Móvel. A entrega da Casa 25, na Rua Ana Nery está marcada para
12h. Pertencente à Santa Casa de Misericórdia, a casa foi reformada e será o
local de funcionamento da reitoria da Universidade Federal do Recôncavo Baiano
(UFRB).
Em seguida, às 14h, será realiza uma sessão solene na Câmara. Um desfile cívico pelas ruas de Cachoeira encerra os festejos às 15h.
Em seguida, às 14h, será realiza uma sessão solene na Câmara. Um desfile cívico pelas ruas de Cachoeira encerra os festejos às 15h.
De acordo com o diretor geral do Ipac, Frederico Mendonça, nesses cinco
anos em que a sede do governo é transferida para Cachoeira o órgão coordenou
todas as obras do Programa Monumenta do MinC (Ministério da Cultura) na cidade,
restaurando mais de 40 imóveis, igrejas, conventos, monumentos e a sede da
Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), dentre outras, já entregues pelo
Governo do Estado.
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