quarta-feira, 25 de abril de 2012

PMDB mantém Kertész e define rumo em 15 dias

Romulo Faro REPÓRTER
O lançamento da pré-candidatura do deputado federal ACM Neto (DEM) à Prefeitura de Salvador na segunda-feira (24) abalou as estruturas das oposições.

Os próprios líderes do PMDB e PSDB confirmam isso. A ‘imposição’ (como muitos têm visto) do DEM, além de dificultar a movimentação das forças opositoras ao prefeito João Henrique (PP) e ao PT do governador Jaques Wagner na busca pela união, teve repercussão negativa também pelo entendimento da executiva nacional do partido de ACM Neto.

O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia, disse que a busca pela conquista da capital baiana interfere diretamente na tentativa de fortalecimento do partido, depois do esvaziamento que a legenda sofreu com a criação do PSD.

O vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, se manifestou em seu perfil no Twitter ontem. “O nome da cidade é Salvador, ñ é SalvaDEM”, disse.

Em entrevista à Tribuna, apesar de manter o discurso cauteloso, o peemedebista não escondeu o grau de dificuldade de articulação rumo à chapa única das oposições. “O lançamento da candidatura (de ACM Neto) colocou um dificultador a mais no processo. Como a própria imprensa diz, ele está ‘posto’. Mas vamos continuar conversando. Na política, impossível é só evitar a morte”.
Questionado sobre as declarações do radialista Mário Kertész, a aposta do PMDB, de que não seria candidato sem união com DEM e PSDB, Geddel afirmou que isso não significa a retirada do nome do ex-prefeito do tabuleiro e lembrou que aquilo foi uma estratégia para apressar o anúncio do nome que representará a oposição em outubro próximo. Além de reafirmar Kertész no páreo, Geddel garantiu que “em até 15 dias o PMDB vai se posicionar” sobre a articulação.

Nas entrelinhas, o peemedebista deixou claro que o DEM se precipitou e lembrou que o entendimento de 2014 passa por agora. “Quem tiver sabedoria de unificar agora, até podendo abrir mão, vai se credenciar para ser o intérprete do grupo no cenário de 2014. O partido que comandar agora tem que entender que terá outro papel em 2014...”.
Para o cientista político Paulo Fábio Dantas, o cenário revela pouca probabilidade de DEM, PMDB e PSDB se unirem em torno de uma única candidatura. “Acho que o quadro caminha mais para uma dispersão do que para uma aliança no primeiro turno”. Apesar de não ver como determinante a eleição deste ano sobre as alianças para a sucessão do governador Jaques Wagner (PT), Paulo Fábio enxerga também a dificuldade de o PMDB apoiar o DEM ou o PSDB.

“As eleições no Brasil têm mostrado que as disputas municipais têm suas particularidades. Acho que não se pode pautar 2012 determinantemente por 2014. Agora é realmente meio complicado o PMDB apoiar um dos partidos de oposição no primeiro turno”, avaliou.

Por outro lado, o especialista avalia que o grande número de candidatos tanto da oposição quanto dos partidos da base governista é positivo. “O eleitor vai ter um cardápio suculento para escolher no primeiro turno”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário