Tribuna da Bahia -
Daniela Pereira REPÓRTER
A desaceleração do setor da construção civil brasileira pode atingir os trabalhadores da
área. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de
São Paulo (SindusCon-SP), em 2010 o país apresentou um avanço de 15,5%, sendo
que, para este ano, são esperados apenas 5,2%.
Apesar dos
números, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Construção do Estado da
Bahia (Sintracom-BA) garante que há vagas para a classe até 2016 e que os
trabalhadores baianos não têm motivos para preocupações.
A situação de instabilidade iniciou-se nos meados de 2011,
quando o mercado de lançamentos e vendas de imóveis sofreu declínios, deixando
como cenário em 2013 a ociosidade de mão de obra no setor imobiliário. Já que, atualmente os estoque estão acumulados,
conforme explicou Luiz Augusto Amoedo, através de artigo publicado na Tribuna,
as construtoras e incorporadoras terão de reduzir o apetite e procurar focar em
empreendimentos voltados para nichos específicos do mercado.
De acordo com Arilson Ferreira, diretor de saúde do Sintracom-BA, a categoria não acredita que estes
números reflitam na quantidade de ofertas de emprego no Estado.
“O que estamos presenciando é um “boom” imobiliário. Em todos os
cantos da cidade temos novas construções, sem contar com as obras da Fonte Nova
e metrô”, explicou o diretor, ressaltando que segundo pesquisa realizada pelo
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
até 2016 a Bahia terá vagas para trabalhadores da área. “Sabemos que existe
desemprego, mas a construção está em alta”, assegurou.
Segundo Amoedo, “embora a curva do emprego continue se mostrando
estabilizada, até o final do ano, o setor da construção civil na Bahia deixará
de apresentar uma oportunidade para quem esteja à procura de um posto de trabalho
e um cenário de desemprego, por conta da falta de lançamentos e da entrega das
obras que foram contratadas nos dois últimos anos”.
Luiz Augusto ainda explica que “na visão de especialistas que acompanham o
setor, esse desaquecimento, que resultou em crescimento menor no ano passado,
deve se intensificar nos próximos meses, com as empresas tendo de administrar
estoques, endividamento considerável e a necessidade de gerar
caixa”.
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