quarta-feira, 30 de maio de 2012

Caem as primeiras chuvas artificais na Chapada

Tribuna da Bahia
Contratada pelo governo do Estado através da Seagri/Superintendência de Irrigação e Secretaria do Meio Ambiente/Inema, a empresa ModClima, especializada na tecnologia de indução de chuvas, iniciou hoje a operação na Bahia com resultados promissores.

Dois voos realizados na tarde desta terça-feira (29), na Chapada Diamantina, provocaram a ocorrência de quatro chuvas. Com o apoio de observadores de nuvens da região e das informações geradas via satélite, o resultado da semeadura de água potável foi comemorado pelos trabalhadores rurais dos povoados de Guariba, Alagoas e Santa Quitéria.

O sucesso dessa primeira tentativa foi fruto da parceria com os produtores de abacaxi da região, que possui uma área plantada superior a quatro mil hectares.

“Em apenas dois voos realizados, vimos várias nuvens aparecerem como num efeito cascata e, logo em seguida, começou a precipitação. Amanhã, a expectativa é que mais chuvas ocorram na região”, afirmou o vice-presidente da Cooperativa de Produtores de Abacaxi de Itaberaba, Railton Amorim.
A época do ano não é a mais propícia para esse tipo de operação, com possibilidade de zero a 40% de ocorrer chuvas, mas o governo baiano resolveu apostar suas fichas na elaboração do projeto piloto para o mapeamento das regiões do Piemonte da Chapada Diamantina e Sudoeste, como uma alternativa de curto prazo para aliviar os prejuízos causados pela pior seca dos últimos 47 anos. “Até cinco milímetros são suficientes para quem luta para não perder toda uma safra.

O sucesso desse experimento é fruto também do envolvimento dos produtores, que assumiram o papel de protagonistas como observadores dessas nuvens e fizeram com que o trabalho fosse proveitoso”, disse a diretora da empresa ModClima, Majory Imai.
Considerada não poluente, a indução de chuvas localizadas consiste em semear água nas nuvens com potencial para chuva e acelerar o processo natural precipitando-as. O procedimento consiste na pulverização controlada de gotas através de aeronaves equipadas com tanques de 300 litros de água potável, que fazem as nuvens concentrar alto índice de umidade e gerar a chuva.
A primeira tentativa de indução de chuva no estado aconteceu 15 dias depois de o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, reunir-se com os diretores da ModClima, com o diretor-geral do Inema, Júlio Mota, e com o superintendente de Irrigação da Seagri, Marcelo Nunes, para discutir a questão.

Na ocasião, Salles afirmou que ”não quer criar uma falsa expectativa, mas é uma experiência que não pode deixar de ser tentada num momento como esse”.

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