quarta-feira, 30 de maio de 2012

Docentes analisam proposta salarial

Tribuna da Bahia
Rivânia Nascimento REPÓRTER
Professores da rede particular decidem hoje em assembleia se continuam ou não em greve. Após reunião realizada na tarde de ontem na sede do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-Ba), que representa os empregadores e representantes do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-Ba), a categoria decidiu analisar a proposta oferecida pelos empresários em uma nova assembleia que será realizada a partir das 8 horas, no Teatro Jorge Amado, na Pituba.

Também na tarde de ontem, os educadores realizaram um apitaço em frente ao prédio do sindicato, no bairro do Itaigara. Em apoio aos professores, alunos dos colégios São Paulo, Oficina, Anchieta e Modulo participaram da manifestação.

De acordo com a diretora de comunicação do Sinpro, Cristina Souto, as dez maiores escolas particulares da capital estão sem aulas desde ontem.

Segundo ela, caso não haja acordo entre as partes, o objetivo é que todas as escolas particulares possam aderir ao movimento. “Estamos lutando pelos nossos direitos. Só após analisar a proposta dos empresários vamos decidir se retomamos as nossas atividades ou aderimos a greve por tempo indeterminado”, ressaltou.
Presente na manifestação, o estudante Felipe Borges, 17 anos, do Colégio São Paulo, informou que em solidariedade aos professores que não são valorizados, decidiu junto com outros colegas participar do movimento. “Os patrões esquecem que um dia já foram alunos e que chegaram onde estão graças ao professor.

A classe merece ser valorizada e, para que isso aconteça, vamos apoiá-los. Como pode um professor ganhar R$4,42 por aula hora?”, questionou.
Um dos entraves que motivou a deflagração da greve refere-se ao percentual de aumento pedido pelos professores que é de 10% de ganho real mais 4,88% de correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Porém os empresários ofereceram reajuste de 5%, ganho real de 0,12%, e ignoraram o restante da pauta de 58 reivindicações, que inclui pedidos em relação à saúde, segurança entre outros.

A categoria também reivindica a regulamentação do intervalo dos professores, já que em algumas escolas não há intervalo para o lanche, regulamentação do período de férias para que o professor possa gozar de 30 dias, além da regulamentação das atividades que ultrapasse os 200 dias letivos.
Na manhã de ontem a equipe da Tribuna percorreu algumas das principais escolas particulares da capital, observando o movimento de alunos e professores bastante tímido.
Porém, a presidente do Sinpro, Cristina Souto, informou que a orientação do sindicato foi de que os alunos do 3° ano do ensino médio não ficassem sem aula durante a paralisação. Porém, na prática, poucos estudantes compareceram para assistir as aulas na maioria dos colégios.
No colégio Isba, no bairro de Ondina, estão suspensas por tempo indeterminado as aulas da Educação Infantil (ISBINHA) até a 2ª série do Ensino Médio. Entretanto, as aulas para os estudantes do 3º ano do Ensino Médio serão realizadas normalmente.

No sábado, dia 2, também será feita a avaliação nas disciplinas Literatura, Redação e Língua Estrangeira (Inglês e Espanhol) para os alunos do 3º ano do Ensino Médio, assim como acontecerá o Desafio de Matemática para os estudantes do 1º e 2º anos do Ensino Médio.

Essas duas atividades acontecem a partir das 7h30. Confirmada também a incursão pedagógica da 2ª série do Ensino Médio, que acontece nesta quinta-feira, dia 31, das 7h10 às 14h.
Com dois filhos estudando em escolas particulares, a médica Ariela Brito ressaltou que esse tipo de movimento não deveria ocorrer nas escolas já que os pais pagam caro priorizando uma boa educação para os filhos.

“Todos têm o direito de reivindicar, porém acho que as negociações poderiam tomar outras mediações que não fosse a greve. Afinal pagamos mensalidades cara e não deveríamos passar por isso”, reivindica.
Nos colégios Cândido Portinari, no Costa Azul, Dois de Julho e Antônio Vieira, no Garcia e Anchieta, no bairro da Pituba, o cenário foi o mesmo: apenas estudantes do último ano tiveram aula, segundo informações dos próprios alunos.

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