quarta-feira, 30 de maio de 2012

Jutahy abre mão da vice e não teme saída de Imbassahy

Tribuna da Bahia - Lilian Machado REPÓRTER
O posicionamento do PSDB nas eleições municipais de Salvador ainda deve dar brechas para rachas internos e trazer perspectivas de baixas para a sigla, já que há tendência de que o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB), um dos ícones do partido com forte base eleitoral em Salvador, deixe a legenda.

Ontem, o deputado federal Jutahy Magalhães Jr., apontado como articulador do partido na troca de apoios com o DEM paulista, deu sinais de que a sigla não teme a saída do ex-prefeito.

Depois de a cúpula estadual anunciar o apoio à candidatura do DEM - à revelia do diretório municipal -, o líder tucano surpreendeu ao minimizar a possível saída de Imbassahy e deixar claro que não é prioridade para o PSDB indicar a candidatura a vice na chapa de Neto.

Em conversa com a Tribuna, ele apresentou uma nova versão para a decisão do partido, ocorrida em 20 de abril. Segundo Jutahy, a nota pública enviada à imprensa dizia que “se Imbassahy tivesse o apoio do PMDB ou do DEM, ou de ambos, ele era o candidato, mas, caso não tivesse, o PSDB apoiaria ACM Neto, questão que foi aprovada por unanimidade”.

Na declaração de Jutahy, o único ponto concorrente com a decisão anterior, explicitada na nota enviada pelo partido, foi a de que a Executiva Estadual recomendava à Executiva Municipal “estabelecer condições para evitar candidaturas concorrentes entre o PSDB e o DEM”.
Questionado sobre a insatisfação de Imbassahy, com quem teria uma relação de amizade, Jutahy restringiu: “Tenho conversado com ele apenas sobre saúde”, disse, acrescentando que não poderia fazer “nenhuma avaliação pessoal sobre Imbassahy”.

O ex-prefeito, antes de apresentar problemas de saúde e ter se internado em São Paulo, entrou em clima de conflitos com o partido. Imbassahy se apresentava como pré-candidato e acreditava que obteria o apoio de seu partido e ainda do PMDB, com quem estaria se articulando por fora. Mas Jutahy negou ontem que o partido tenha agido de forma autoritária. “O PSDB não fez nada que não tenha sido combinado de forma pública. Foi uma questão aprovada por unanimidade”, enfatizou.

O líder tucano demonstra entusiasmo ao falar da candidatura do democrata. “Vejo com muito otimismo, pois acho que a candidatura de ACM Neto está consolidada e com grande possibilidade de vitória. Com certeza, teremos no mínimo o segundo turno”, frisou.

Nas entrelinhas, Jutahy deixa clara a ausência de protagonismo do partido no processo de escolha da vice. Segundo ele, o PSDB vai apresentar o vice apenas se o deputado ACM Neto quiser.

“O que nós defendemos é que cabe a Neto avaliar qual a melhor opção para dar condições à vitória. Se ele achar que o PSDB deve indicar, nós teremos ótimos nomes”. Segundo ele, o desejo é o de participar da formulação nas propostas de governo, do comando de campanha e da futura gestão.
Já o presidente estadual da sigla, Sérgio Passos, tentou desconstruir o impacto do posicionamento de Jutahy. “Na minha interpretação, o partido não está exigindo a indicação.

Não foi um toma lá dá cá, mas claro que gostaríamos de ter participação na chapa”, disse, relatando que o clima é de unidade. Único representante do partido na Câmara Municipal e defensor de um projeto próprio para o PSDB na eleição, o vereador Paulo Câmara levantou a voz contra as decisões não compartilhadas com a esfera municipal.

Ele disse “desconhecer” o desinteresse do partido em não indicar a vice. “Sou a favor de um projeto próprio”, disse, sinalizando que segue a tendência defendida por Imbassahy.

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