sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bahia terá R$19 bi da União até 2015

Lilian Machado REPÓRTER

A Bahia deve ter menos investimentos federais em comparação a Pernambuco nos próximos três anos. Pelo menos é o que está no Plano Plurianual (PPA) do governo federal para o período de 2012 a 2015, conforme dados do Plano Mais Brasil, do Ministério do Planejamento. Consta que estão previstos recursos para o Estado da Bahia da ordem de R$19,9 bilhões, enquanto para o estado vizinho, o montante é de R$42 bilhões.

Os dados fornecidos pela bancada de oposição estadual apontam para uma perspectiva de menor atração de investimentos e menos incentivos fiscais em solo baiano, em confrontação com os dados pernambucanos. Além da previsão de menor verba, a política de atrações no estado vizinho também tem avançado, gerando dúvidas em relação à Bahia.

O Estado governado por Eduardo Campos (PSB), presidente nacional do PSB, teria concedido incentivos fiscais para 28 projetos industriais, sendo 23 indústrias e cinco projetos de importação, com perspectiva de R$ 707,1 milhões em investimentos nessa área nos próximos anos.

Os dados servem de argumentos para a oposição baiana atacar a gestão do governador Jaques Wagner (PT). “Diante disso, a nossa constatação é de que o governo se preocupa tanto em fazer política que esquece de planejar e administrar o Estado. Isso tudo é reflexo de uma absoluta falta de projetos estruturantes. Em cinco anos de governo foram quatro mudanças no comando da Secretaria de Planejamento”, alfinetou o líder da bancada de oposição, deputado Paulo Azi (DEM).

O deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB), responsável por arregimentar nove deputados para uma recente visita a Pernambuco, também acredita que a menor quantidade de recursos federais para a Bahia “está associada à ausência de projetos mais consistentes”. Conforme relataram, as obras no estado vizinho avançam a passos largos.

“Existe um estaleiro em fase final, enquanto aqui a presidente ainda vai lançar a pedra fundamental do estaleiro do Paraguaçu”. Eles citam ainda a lentidão nas obras da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) e relacionam ao ritmo das construções em Pernambuco, onde avançam as intervenções no Porto de Suape.

O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), oposicionista à gestão do PT em âmbito estadual, disse que falta interlocução do gestor para conquistar mais demandas. “Isso é fruto da incompetência gerencial e administrativa, falta de uma grande liderança”, dispara.
Especialistas da Escola de Economia da Universidade Federal da Bahia restringem as divergências nos investimentos à questão política. Segundo eles, a Bahia não tem se organizado para se tornar mais competitiva.

“Talvez isso seja resultado de uma fraqueza na representação política. Pode estar havendo falta de interesse de nossa bancada em nível federal ou do governo. Os empresários só vão investir aqui se encontrarem um estado que ofereça estrutura”, diz o economista e professor da área de Auditoria Pública Pedro Gomes.
O economista e professor da Economia Brasileira Ney Cardim concorda ao enfatizar que a distribuição de recursos depende da força política.

“Não existem princípios de prioridades, mas sim o fato de um político ter mais prestígio do que outro. O que existem são os interesses maiores de determinados gestores. Esse, infelizmente, é o modelo da política brasileira”, afirma. A Tribuna entrou em contato, mas não obteve respostas da Secretaria de Planejamento do Estado.

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