sexta-feira, 18 de maio de 2012

Governo paga salário se a greve acabar

Tribuna da Bahia

Carlos Vianna Junior e Leidiane Brandão REPÓRTERES
 
Os professores continuam acampados na Assembleia Legislativa da Bahia, mas o número de manifestantes é reduzido. Duas barracas e um número pequeno de pessoas ocupavam, na manhã de ontem, o espaço do salão das fotos dos ex-presidentes da casa legislativa.

Os educadores garantem que o movimento continua forte e que o pequeno número de representantes da classe na Assembleia é devido às manifestações que ocorrem em outros pontos da cidade.

Com o objetivo de garantir o retorno das aulas na rede estadual de ensino, a Secretaria de Educação da Bahia divulgou um comunicado na manhã de ontem oferecendo proposta de acordo aos professores em greve há 38 dias. Em nota, a secretaria informou que o governo do estado assegura o pagamento do salário de maio, além da remuneração suspensa referente ao mês de abril, caso a categoria se comprometa a retornar imediatamente às atividades.
A proposta foi enviada ao arcebispo primaz de Brasil, Dom Murilo Krieger, que faz a mediação do diálogo entre as partes. Ainda de acordo com a nota, o governo afirma que pretende criar, de forma conjunta com os professores, um calendário especial de reposição de aulas para que os 200 dias de ano letivo sejam cumpridos.

Apesar do comunicado, o secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Valdir Nonato, afirmou que a categoria não irá aceitar o acordo e, que eles não pretendem retornar a sala de aula enquanto o governador não honrar com o acordo. “Devolvendo nosso salário ele está cumprindo com suas obrigações.

Ele está querendo nos intimidar. Não vamos acabar com greve enquanto ele não parar para dialogar”, argumentou.
Em apoio aos educadores, um grupo de estudantes do Movimento Estudantil Democratas realizaram na tarde de ontem uma manifestação em frente a ALB, onde os professores estão acampados.

Munidos de faixas, cartazes e apitos eles pediam ao governo um dialogo com os professores. Segundo o presidente do movimento, Bruno Alves, a paralisação vem prejudicando os estudantes, principalmente aqueles que pretendem realizar a prova do Enem e vestibular.
Hoje, a partir das 9 horas, a categoria vai realizar a “Lavagem da Educação”, com uma caminhada com saída do Largo dos Mares até a Igreja do Bonfim. A categoria, não aceita a aprovação do Projeto de Lei 19.779/2012, que trata do reajuste salarial dos professores da rede estadual e que foi aprovado na noite do dia 24 de abril, por 33 votos a favor versus 19 votos contrários.

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