quarta-feira, 23 de maio de 2012

PSC: a um passo de apoiar Pelegrino

Tribuna da Bahia
Numa reunião da qual o governador Jaques Wagner (PT) participou ativamente a distância, o PSC teria fechado o apoio à pré-candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino à Prefeitura de Salvador e o ingresso na base governista estadual.

Em troca, a legenda, segundo informações de fontes seguras do Palácio de Ondina, vai poder indicar a presidência do Ibametro, duas diretorias da Junta Comercial da Bahia (Juceb), uma diretoria de um importante órgão federal no Estado, além de um número razoável de cargos menores na estrutura do governo.

A expectativa é de que o anúncio ocorra até a próxima semana. Se confirmado, trata-se do segundo partido de porte que apoia a candidatura de Pelegrino.

O primeiro foi o PSD, do vice-governador Otto Alencar. Legendas nanicas, como o PRP, o PTC e o PTdoB, também já fecharam aliança com o petista. No início das tratativas, que teriam sido conduzidas diretamente pelo presidente do PSC, Eliel Santana, o partido teria tentado empurrar seu nome para a vice de Pelegrino, mas o PT e o governo bloquearam a intenção até segunda ordem.

Apesar de ter eleito cinco deputados à Assembleia em 2010, quando participou da campanha ao lado do então candidato peemedebista Geddel Vieira Lima, o partido mantém apenas dois parlamentares na Casa, um dos quais o polêmico Targino Machado, que o governo teve que engolir no pacote, já que é considerado figura “intratável” tanto por governistas como oposicionistas.

A celebração do acordo com o PSC, por meio da entrega de vários cargos no governo estadual e num órgão federal, é a primeira prova concreta de que Jaques Wagner resolveu arregaçar as mangas para eleger Pelegrino, num momento em que as oposições se dispersam com candidaturas próprias.
O deputado estadual Targino Machado, no entanto, fez questão de pontuar que mesmo com a possível adesão do seu partido à base do governo estadual, ele continuará como oposicionista até o fim do seu mandato.

“Esse é o governo cara de pau. Ele até poderá cooptar o PSC, dependendo do quanto queira investir, mas não vão conseguir comprar Targino Machado, porque não estou à venda. Estou aguardando o presidente do meu partido, pois não acredito que ele, com a envergadura política e estatura moral que ostenta, fará isso, virando as costas para o povo que confiou no PSC”, disse.
Para ele, se esta adesão se confirmar, duas serão suas opções: o PSC aceitar suas posições ou até mesmo deixar a legenda.

“Adesista não tem valor.. Quem se vende não merece o dinheiro que recebe. Ninguém sai da oposição para o governo de graça. Tudo tem um preço, mas isso serve para muitos, não para Targino Machado. Tenho dois caminhos agora: o PSC aceitar minhas posições, coerentes com minhas ideias, ou me expulsar do partido. Não vou amenizar as críticas. Espero que o PSC não mude a sua condição política, descredenciando-se de seu ideário".

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