sexta-feira, 1 de junho de 2012

Greve desgasta governo baiano

Tribuna da Bahia - Naira Sodré REPÓRTER
Sem recursos no orçamento, o governo do estado sofre imenso desgate com a greve dos professores. A paralisação dos docentes da rede estadual já dura 52 dias, inviabilizando o ano letivo. Greve dos professores particulares e das Universidades estaduais e da Universidade Federal (UFBa).

Ontem, pela manhã, os professores se uniram e participaram de uma caminhada que partiu do Largo das Gordinhas em Ondina indo até o Farol da Barra. Segundo o professor Altino Bonfim, do comando de greve dos professores da UFBa, a união dos professores nesta passeata é para mostrar à sociedade que estamos também na luta pela valorização do professor. “Nossos problemas não são idênticos, mas, similares”, comentou.

Enquanto os professores da rede estadual de ensino continuam com a greve, os professores da rede privada entram no terceiro dia de uma paralisação que atinge apenas 15 escolas na capital e três no interior. Todas de maior porte.

A principal reivindicação deles é de um aumento real de 14,88% mas, a contraproposta dos patrões chegou apenas a 5,5%. Os professores da UFBa decidiram por greve após uma assembleia realizada na APUB, quando a paralisação das atividades foi aprovada por 119 professores dos 185 presentes.
Segundo o professor Altino Bonfim, do Comando de greve, os docentes da UFBa decidiram aderir à greve nacional das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) porque o governo não cumpriu o Termo de Acordo n.4/2011 no que diz respeito à reestruturação da carreira docente. Os debates vêm acontecendo desde 2010 mas, sem avanço nenhum. Por conta disso, os professores vêm sofrendo os impactos negativos do Reuni, que aumenta o número de vagas nas universidades, mas sem viabilizar uma estrutura mínima de qualidade.

E o que hoje se vê nas universidades federais é um professor dando aula para 100 alunos. Aumentou o número de alunos e não aumentou o número de professores. “O discurso foi um. A prática é outra”.
Por conta do Reuni - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - enfrentamos a abertura de cursos sem condições de funcionamento, salas superlotadas, sobrecarga de horas-aulas, bibliotecas defasadas, falta de professores, laboratórios, funcionários, restaurantes universitários, assistência estudantil e outros e outros problemas, confessou o professor Altino.

Segundo ele, a categoria defende a expansão das universidades mas com qualidade, o que implica em uma expansão dos recursos destinados à universidade. Além disso, o reajuste de 4% dado à categoria nem sequer repõem as perdas inflacionárias.
Protesto de estudantes
Enquanto os professores da rede estadual de ensino realizavam caminhada em defesa do reajuste de 22,22% referente ao Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) da Ondina ao Farol da Barra, os estudantes da rede estadual de ensino realizavam protesto pelo fim da greve que já dura 52 dias, nas vias de ligação à avenida Paralela.

Vários grupos de estudantes pediam o fim da greve na Avenida São Rafael, em pontos de ônibus em Pituaçu, Avenida Orlando Gomes e na região do Bairro da Paz. Muitos estudantes do 3º ano do segundo grau estão preocupados pelo tempo sem aulas.

A estudante Ana Maria Santos quer fazer as provas do Enem, que serão realizadas em novembro, mas, com a greve, se acha prejudicada. Além disso, diz ela, o ano letivo já está comprometido. Nem o governador sede, nem os professores. No meio de tudo isso, como ficamos?, perguntou.

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