Tribuna da Bahia
Thiago Pereira REPÓRTER
Os principais anseios da população soteropolitana se transformaram em dados
estatísticos. Realizada no final do mês de maio, a “Pesquisa Eleitoral:
Estratégias para Vencer a Eleição”, que tinha como objetivo avaliar as intenções
de voto na capital baiana para as eleições municipais de 2012, acabou revelando
um mapa com as principais impressões da população sobre a cidade. E o resultado
não foi dos mais favoráveis.
Segundo o levantamento desenvolvido pela Potencial Pesquisas, saúde, segurança e transporte público formam o tripé de insatisfação dos soteropolitanos. Mais de 47% dos entrevistados reclamaram do atual estado e atendimento prestado em hospitais e postos de saúde da capital baiana.
Os recorrentes casos de violência e a sensação de insegurança foram lembrados por 43,8%, enquanto 20,8% engrossaram o coro dos descontentes com os ônibus da cidade, que recentemente sofreram um reajuste de tarifa, passando de R$2,50 para R$2,80. “As pessoas sofrem com a falta de médicos e com a dificuldade para fazer exames.
A sensação de insegurança está ligada aos problemas com a criminalidade e consumo de drogas. Já o problema da mobilidade vem ganhando força nos últimos anos. A população gasta muito tempo no trânsito e isso provoca altos índices de insatisfação”, comentou José Carlos Martins Leite, diretor da Potencial Pesquisas.
Segundo Martins Leite, o levantamento revela de forma abrangente os pontos
que os soteropolitanos aguardam por evolução e serve de base para os
pré-candidatos à prefeitura de Salvador, que agora sabem quais os problemas que
realmente preocupam a população. “A pesquisa subsidia quem está na disputa pela
gestão do município, que agora pode elaborar um plano de governo voltado para
essas questões e melhorar a vida das pessoas que moram na cidade”,
afirmou.
Autoestima em queda – As opiniões acerca do nível de satisfação em morar em
Salvador reveladas pela pesquisa apontam que a população da capital baiana está
dividida. Enquanto 45,7% dos entrevistados aprovam a vida em Salvador, outros
34,2% se dizem descontentes por residir na cidade.
A quase unanimidade ficou por conta da atual situação do município. Cerca
de 45% das pessoas ouvidas no estudo reprovaram as condições em que a cidade se
encontra e pouco mais de 42% disseram que Salvador apresenta um quadro apenas
regular. Somente 10% dos entrevistados elogiaram o estado da capital baiana.
O trabalho desenvolvido pelos políticos na Bahia também não passou em branco. Aproximadamente 47% dos entrevistados disseram que se sentem mal representados pelos governantes. Segundo Martins Leite, o atual estado de insatisfação apontado na pesquisa afeta diretamente no modo de vida da população.
“O povo soteropolitano por si só possui uma autoestima elevada, porém um terço da população está insatisfeita. Quase 45% da população vê a situação de Salvador como ruim ou péssima, já percebemos uma queda nessa autoestima em relação a outros momentos”, explicou.
A avaliação quantitativa, que tem o registro 00018/2012 no Tribunal
Regional Eleitoral (TRE), foi realizada por meio da aplicação de questionários
estruturados, com entrevistas pessoais diretas domiciliares e residenciais. A
pesquisa foi realizada entre os dias 26 de maio a 29 de maio, contou com a
participação de 811 pessoas e possui um nível de confiança de 95,5%. Dos
entrevistados, 46% são homens e 54% são mulheres, sendo que 72% têm idade entre
25 e 59 anos.
De acordo com Martins Leite, um novo estudo do tipo deve ser desenvolvido
entre julho e agosto.
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