segunda-feira, 11 de junho de 2012

Médicos do sistema público podem parar

Tribuna da Bahia
Sergio Toniello Filho REPÓRTER
Mais um episódio de greve no Brasil. Agora é a vez dos médicos servidores públicos federais que pretendem paralisar as atividades amanhã em protesto contra a MP (Medida Provisória) nº 568, de 2012, que trata da remuneração e da jornada de trabalho de profissionais de saúde.

De acordo com a Fenam (Federação Nacional dos Médicos), o texto prevê que profissionais que atualmente mantêm jornada de 20 horas semanais no serviço público, ao ingressar na carreira, tenham que cumprir 40 horas semanais e receber o mesmo valor —uma redução de 50% na remuneração.
“A medida é considerada pelo presidente da entidade, Cid Carvalhaes, como um enorme retrocesso em um país já tão castigado pela carência do SUS [Sistema Único de Saúde] e pela desvalorização dos profissionais de medicina”, informou a Fenam.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, a MP 568/12 atinge os médicos que atendem a população nos hospitais, mas que também são professores, cientistas e de outras áreas, portanto deve ter uma atenção maior do governo. “É necessária uma carreira de estado para os médicos. Temos que continuar mobilizados até conseguirmos, enfim, padronizar a carreira de estado para a categoria”, ressaltou.
De acordo a Fenam, os médicos federais não são contra todos os artigos da medida provisória que beneficiam outras categorias, mas sim aos artigos que prejudicam os médicos.

“Os artigos 42 e 47 prejudicam os atuais e futuros servidores médicos, dobrando jornadas sem acréscimo de vencimentos, reduzindo a remuneração em até metade e cortando valores de insalubridade e periculosidade. As perdas atingem, inclusive, aos aposentados (e pensionistas), que tanto já se dedicaram ao serviço público, enfrentando baixos salários e condições de trabalho adversas”, disse a federação.
O objetivo da categoria é, por meio da paralisação, pressionar o congresso e abrir caminho para a primeira greve geral de médicos servidores federais no país.
Também amanhã, a Comissão Mista do Congresso Nacional deve votar a admissibilidade da MP 568. (STF)

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